FMI avisa: cuidado com os grandes bancos

Relatório do Fundo Monetário Internacional alertou que as grandes instituições financeiras do mundo estão maiores do que eram antes da crise econômica de 2008. Neste ano, a quebra do banco Lehmann Brothers nos EUA provocou sequência de quebras nos principais mercados do mundo, marcando início de grave recessão no mundo desenvolvido.

Depois da crise, como mostrou texto do Estadão de 8/04, pg A3, os governos gastaram rios de dinheiro para salvar os bancos. As instituições sobreviventes ficaram ainda maiores, ocuparam fatias ainda maiores dos mercados e continuaram a receber subsídios do setor público em quase todos os países mais atingidos pela crise de 2008.

O estudo do FMI mostrou que o número de bancos caiu nos principais países. A concentração é maior no Canadá, França e Espanha. Nestes países, os três maiores bancos de cada um deles possuem nada menos do que 60% dos ativos financeiros. Nas economias emergentes, segundo o FMI, este percentual cai para 40%.

Na Alemanha, a concentração é próxima a 35%. No Brasil, as três maiores instituições controlam 55% dos ativos financeiros, um grau maior do que o da China e da Índia e praticamente o mesmo do que o da Rússia.

O relatório do FMI é bem claro: a noção de bancos “grandes demais para quebrar” é um dos “legados mais perturbadores da crise financeira global”. O grupo do G-20, que reúne as 20 maiores economias do mundo discute há anos que seria preciso limitar a concentração dos bancos. O relatório do FMI mostra que pouco foi feito nesta direção.

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