O preço explica a decisão. O mercado de tablets cresceu 171% no Brasil, no ano passado em relação a 2011. Motivo: explosão de vendas de aparelhos que custam até R$ 499. Esse tipo de escolha de consumo correspondeu a mais da metade do que foi comercializado no setor.
Porém, há uma diferença. Como mostrou a matéria do Estadão de hoje, pg B18, 67% dos tablets vendidos em 2012 ofereciam só o recurso Wi-Fi, enquanto o restante 33% era a que continha a opção de telefonia de terceira e quarta geração. Foi a faixa de preço, no entanto, que fez o mercado brasileiro de tablets atingisse a marca de 3,1 milhões de unidades vendidas no ano passado, conforme os dados do estudo da consultoria especializada IDC.
Esta faixa de preço é oferecida por empresas que até pouco tempo trabalhavam com outros produtos, como GPS, por exemplo, mas que decidiram, observando o mercado de tablets, avançar para outros produtos. A líder de vendas em tablets nessa faixa de preço é uma empresa que começou em 2004 com a fabricação de panelas elétricas de arroz. Depois, avançou para MP3 e GPS , chegou até equipamentos de som para automóveis e desde 2011 começou a oferecer tablets.
É preciso alguma cautela de que o País avançou também na oferta de pontos de conexão grátis à internet sem fio. Os dados da pesquisa da IDC mostram que o Brasil não evoluiu tão rapidamente no quesito acesso: “é o preço que estimula este cenário” e não a oferta de acesso à internet, como ponderam os responsáveis pela consultoria. O Brasil tem 4,2 mil pontos de Wi-Fi, conforme os dados da Jiwire, a empresa dona do aplicativo que apresenta um mapa colaborativo de pontos de rede sem fio no mundo. Nesse mapa, a Coréia do Sul é a campeã, com 186 mil pontos de acesso, seguido dos EUA com 183 mil. China está em quarto lugar e a Rússia em sétimo lugar nesse ranking.
Hoje, existem no mundo 130 marcas de tablets. No Brasil estão cerca de 20 delas, sem contar, obviamente, as ofertas do chamado “mercado paralelo”.