Foi um recado bem claro: para os EUA a recente turbulência que atingiu a economia dos países emergentes não é culpa dos americanos. Nos encontros preparatórios, antes da reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo, o secretário do tesouro dos EUA, Jacob Lew, afirmou que os países emergentes devem “colocar a casa em ordem” e fazer as reformas estruturais necessárias para atrair a confiança dos investidores.
O encontro, que reunirá os ministros da Economia e os presidentes de banco Central das 20 maiores economias, os americanos deixarão bem explícita sua posição sobre os emergentes que acusam Washington de culpa pela recente desconfiança dos mercados. O secretário americano, como mostrou a matéria do estadão de 22/02, pg B15, disse textualmente que a reclamação dos emergentes “não deve ser endereçada aos EUA”.
Não é só a maior economia mundial que pensa deste modo. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, grupo das 30 principais economias do planeta, também concorda com a visão do secretário americano. O secretário-geral da organização disse que normalização da política monetária, ou seja, o lenta retirada das ajudas dos governos, “não é a razão dos problemas dos emergentes”.
Porém, depois, a presidente do FED, o banco central norte-americano, Janet Yellen, amenizou estas declarações acalmando os representantes das economias emergentes, os chineses em primeiro lugar. Janet Yellen reiterou que a injeção de dinheiro na economia americana deve continuar a diminuir nos próximos meses, mas não há um prazo definido. Ela repetiu que o BC dos EUA reavalia constantemente os dados e que, sem mudanças no cenário econômico, a estratégia dos governos de ajudarem as suas economias “tende a seguir”. Em seguida, a presidente do FED enfatizou a importância da cooperação global. O discurso de Yellen não foi apoiado só pelos representes dos países emergentes; países ricos também apoiaram as declarações da presidente do BC americano.