Os EUA exportaram um volume recorde de petróleo e de combustível na semana passada, num momento em que a Costa Leste do país está às voltas com episódios de escassez tanto de óleo diesel quanto de gasolina.
Os embarques de petróleo alcançaram 11,4 milhões de barris/dia, segundo dados do Departamento de Energia dos EUA, com as exportações de gasolina e de óleo diesel tendo saltado para os maiores níveis das últimas duas semanas. Ao mesmo tempo, os estoques internos de combustíveis estão níveis historicamente baixos, com áreas ao longo da Costa Leste tendo esgotado os suprimentos — ou entrado em racionamento.
O desequilíbrio põe em destaque a dificuldade em deslocar combustível do polo de refino na costa do Golfo do México americana para centros de consumo na Costa Leste. Remessas por transporte marítimo são limitadas por uma lei federal de 100 anos que pode elevar o custo de envio de mercadoria para portos dos EUA. Com os preços elevados dos combustíveis e escassez nos mercados globais, as empresas ganham mais transportando combustível para o exterior do que abastecendo o mercado americano. Ao mesmo tempo, as importações feitas pela Europa estão desacelerando.
Os baixos estoques de combustíveis antes do inverno — e contra o pano de fundo das eleições legislativas — são o principal foco do governo Biden, que cogita restringir as exportações, entre outras alternativas voltadas para aumentar a oferta. Essa medida poderia economizar US$ 5 bilhões em custos com gasolina para os consumidores, segundo a consultoria WoodMackenzie, mas poderiam, ao mesmo tempo, elevar os custos do diesel em US$ 2 bilhões para os parceiros comerciais europeus e subtrair US$ 30 bilhões em lucros às refinarias americanas.
As exportações de petróleo alcançaram um novo recorde de 5,1 milhões de barris/dia, com a forte demanda da Europa. Mas os operadores alertaram para a possibilidade de o número poder estar superestimado pelo chamado fator de ajuste do Departamento de Energia — a diferença entre os números dos estoques e os referentes à produção, à demanda das refinarias, importações e exportações. (Colaboraram Jennifer A. Dlouhy e Jack Wittels)
