EUA querem manter opção de subir tarifa em acordo com a China

O principal negociador comercial do presidente Donald Trump, disse ontem que os EUA deverão manter a opção de aumentar as tarifas sobre as importações chinesas, como meio de garantir que Pequim cumprirá um acordo comercial que poderá ser finalizado em questão de semanas.
“Temos de manter o direito de poder – aconteça o que acontecer com as atuais tarifas – elevar as tarifas em situações em que houver violações ao acordo”, disse ontem o Representante Comercial dos EUA (USTR), Robert Lighthizer, à Comissão de Finanças do Senado. “Não posso prever um sucesso a esta altura,
mas estamos trabalhando duro e estamos fazendo progressos reais.”
Questionado pelo senador democrata Ron Wyden, Lighthizer não disse se o governo vai revogar as tarifas impostas pelos EUA se o país chegar a um acordo com os chineses. “Isso ainda está sujeito a negociações”, afirmou ele.
Os comentários de Lighthizer frustram as especulações de que um acordo entre Washington e Pequim poderia reverter as sobretaxas impostas a cerca de US$ 360 bilhões em produtos um do outro desde julho. Os investidores vinham sendo encorajados por sinais de que Trump está tentando firmar um acordo com o líder chinês Xi Jinping, possivelmente numa reunião de cúpula no resort de Mar-a-Lago, na Flórida, que deverá ocorrer neste mês ou no próximo.
Lighthizer disse que os EUA estão “avançando” em questões que consideram importantes, incluindo seu desejo de que a China realize profundas mudanças estruturais em seu sistema econômico conduzido pelo Estado. Os negociadores estão trabalhando continuamente e o documento final será muito detalhado, possivelmente tendo até 120 páginas, disse ele.
“Quanto ao cronograma, temos esperança que estamos nas semanas finais para um acordo, mas não estou fazendo uma previsão. Ainda há questões muito grandes a serem resolvidas. E se essas questões não forem resolvidas de uma maneira que beneficie os EUA, não teremos um acordo”, disse ele.
Qualquer acordo deverá ser exequível, ou Trump não o assinará, acrescentou Lighthizer.
Pequim está pressionando pela remoção das tarifas impostas sobre seus produtos no ano passado, depois que o USTR lançou uma investigação sobre as práticas de propriedade intelectual da China, disse o representante comercial.
“O foco do lado chinês nas negociações é remover as tarifas”, disse Lighthizer.

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