EUA indicam alta de juros. E o mundo se assusta

Os juros podem subir mais cedo nos EUA. O mundo prestou atenção, ou melhor ficou preocupado. Na primeira entrevista coletiva desde que assumiu a presidência do Banco Central americano, o FED, Janet Yellen, surpreendeu analistas ao sugerir que a alta dos juros pode acontecer bem antes do previsto. O Brasil também será afetado por essa decisão.

A expectativa era de que o movimento de subida só começaria no final de 2015. Segundo Yellen, como mostrou matéria do Estadão de 20/03, pg B 1, essa mudança pode ocorrer ao redor de seis meses, depois do fim do “tapering” como é chamado o processo de redução da compra dos títulos do Tesouro americano.

Estas aquisições ajudam o Banco Central americano a manter os juros próximos de zero. Essa medida funciona como um estímulo para a atividade econômica, porque com juros baixos o investidor prefere investir, por exemplo, em novos negócios que geram mais emprego e renda.

Além de sugerir que alta dos juros pode chegar antes, o FED decidiu reduzir em mais US$ 10 bilhões a compra dos títulos de US$ 65 bilhões mensais para US$ 55 bilhões.

Só ocorreu um alívio: a presidente do BC americano avisou, também, que a decisão de subir juros dependerá do comportamento da economia do país, isto é, se o desemprego ficar bem comportado.

O mercado, no mundo todo, não demonstrou qualquer “alívio” com o anúncio de Janet Yellen. As bolsas imediatamente começaram a cair e os juros pagos pelos títulos do governo americano subiram. Ou seja, o mercado acreditou mais na ameaça do que no alívio sinalizado pela presidente do BC dos EUA.

No Brasil a decisão do FED gerou preocupação. Motivo: se os juros começarem a subir nos EUA, os investidores podem preferir fazer investimentos por lá retirando os dólares investidos aqui. Essa é a preocupação em todos os países emergentes , não só no Brasil. As declarações de Yellen ganharam as manchetes por este motivo. E com razão.

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