EUA estão prontos para voltar a liderar o mundo, diz Biden

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, disse ontem que o país estará “pronto para assumir a liderança” no cenário mundial novamente depois que ele suceder ao presidente Donald Trump, em janeiro. Prometeu também trabalhar em colaboração com os aliados de Washington no exterior. 

Ao apresentar sua nova equipe de política externa e de segurança nacional, o democrata sinalizou que pretende afastar os EUA da agenda unilateralista de “os EUA em Primeiro Lugar”, de Trump. O presidente republicano abalou muitos aliados americanos, principalmente na Europa, com um enfoque antagônico sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança militar ocidental) e as relações comerciais, além de abandonar acordos internacionais e de manter relações próximas com líderes autoritários. 

 “Ao mesmo tempo em que esta equipe tem uma experiência e realizações sem paralelo, ela também reflete a ideia de que não podemos enfrentar esses desafios com pensamento antigo e hábitos inalterados”, disse Biden, que assume em 20 de janeiro. “Trata-se de uma equipe que reflete o fato de que os EUA estão prontos para liderar o mundo, e não se isolar dele”, disse. O discurso foi feito em Wilmington, no Estado de Delaware. 

Biden escolheu Antony Blinken para ser secretário de Estado, Jake Sullivan para assessor de segurança nacional, Linda Thomas-Greenfield para embaixadora dos EUA na ONU, Alejandro Mayorkas para secretário de Segurança Interna e John Kerry como enviado para Assuntos Climáticos. 

A política externa do governo Biden deverá se concentrar numa abordagem mais multilateral e diplomática, para restaurar relações com aliados importantes dos EUA e tomar novos rumos em questões como mudança climática. 

Biden disse que ficou impressionado, em conversas telefônicas com dirigentes mundiais, “com o quanto eles estão ansiosos para que os EUA reafirmem seu papel histórico como líder mundial sobre o Pacífico, bem como o Atlântico, e pelo mundo inteiro”. 

A vice-presidente eleita, Kamala Harris, acrescentou: “Teremos de reconstituir e renovar as alianças dos EUA, reconstruir e fortalecer as instituições de segurança nacional e de política externa que mantêm nossa segurança e avançar os interesses do nosso país, além de enfrentar e combater a ameaça existencial da mudança climática”. 

Thomas-Greenfield somou-se a Harris e disse: “Quero dizer a vocês: os EUA voltaram. O multilateralismo voltou. A diplomacia voltou”. 

Biden tem sido rápido em montar sua equipe, apesar da batalha judicial fracassada de Trump para tentar reverter os resultados das eleições de 3 de novembro. 

Trump disse que nunca reconhecerá a derrota na eleição, mas, após semanas de incerteza, seu governo deu na noite de segunda-feira sinal verde para que a transferência formal de poder comece. 

Com o anúncio, a equipe de Biden está habilitada a receber US$ 6,3 milhões em verba federal e poderá oficialmente trabalhar de modo coordenado com os 17 órgãos que compõem o grupo de inteligência dos EUA. A equipe de Biden também terá acesso a espaços em escritórios e instalações seguras para informes de inteligência. 

Além disso, o Departamento de Estado normalmente apoia as discussões de uma equipe de transição com líderes externos. Um dos primeiros departamentos com o qual a equipe de Biden entrou em contato foi o Pentágono, sede da Secretaria de Defesa americana, o que chama a atenção para a importância de enfatizar a segurança nacional durante a transição.

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