EUA: emprego cresce, mas não no escritório ou na indústria

Os Estados Unidos perderam, nos últimos cinco anos, dois milhões de vagas de funcionários de escritórios que ocupavam funções burocráticas. Motivo: chegada das novas tecnologias deixa sem função milhares de empregados todos os anos. Os dados são do Departamento do Trabalho do governo americano.
A Agência de Estatísticas dividiu a força de trabalho americana em 821 tipos de emprego, como mostrou matéria do Financial Times, assinada por Robin Harding, que o Valor Econômico traduziu na edição de 3 de abril, na pg. A 13. Esta divisão inclui de tudo, de lavador de prato a engenheiro espacial, passando por bibliotecários de várias especialidades. Estes dados ajudam a explicar tanto mudanças estruturais aceleradas como o inesperado aumento da disparidade de renda.
A disparidade cresce porque novas tecnologias destroem antigas ocupações de classe média e mesmo quando cria empregos para trabalhadores altamente capacitados para explorá-las a remuneração é menor que as anteriores. As estatísticas oficiais mostram que os salários de muitas das novas ocupações que avançam rapidamente no mercado de trabalho são menores do que o das ocupações que foram substituídas. O salário médio anual no setor de computação foi de US$ 80.180 no ano passado, enquanto o da área de administração (que perde empregos sem parar) foi de US$ 108.570.
O que mais interessa, no entanto, é saber em que setores o emprego cresce. O crescimento maior está na área de saúde, computação e refeições industriais. O número de atendentes de cuidados pessoais sobre pela abertura, em média, de 80 mil novas vagas anuais. A demanda maior vem da substituição de trabalhadores das áreas burocráticas, como gerentes de operação, de administração de recursos e de logística.
Relatório da McKinsey Global Institute sobre o futuro do trabalho mostrou o impressionante crescimento no número de empregos que exigem interações complexas e personalizadas (como os da área de saúde) e declínio contínuo nas áreas de serviços rotineiros de produção e transação que podem ser facilmente reprogramados e automatizados.
Porém, há um fato: os trabalhadores em funções burocráticas nos Estados Unidos ainda respondem por 16% de todos os empregos, as a tecnologia – como todos os relatórios e projeções indicam – deverá continuar a eliminá-los.

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