Em Berlim, PCs tentam sobreviver. TVs não precisam disso?

Até quinta-feira o futuro da tecnologia da informação mora em Berlim. Depois, com data marcada, 26 de outubro, a primeira parte do futuro chegará até as lojas. Na verdade, não é bem o futuro; é mais a tentativa de sobrevivência dos PCs, como nós os conhecemos na última década e meia.
A maior novidade na IFO 2012, a feira de informática de Berlim é o sistema operacional Windows 8 da Microsoft que roubou a cena como insistiram todos os jornalistas presentes. Motivo: os fabricantes de notebooks se agarraram a esta novidade para durarem mais um pouco. A concorrência dos tablets e dos smartphones é impiedosa. A lógica é simples e está bem exibida no estande da Intel, o maior fabricante de chip do mundo e grande incentivadora do conceito de ultrabooks, as máquinas bem finas, bem leves e bem semelhantes ao MacBokk Air da Apple. Nada menos que 60 novos modelos de ultrabooks estão em exposição na feira. Principalmente da Samsung, Lenovo, Dell, Sony, Asus, Acer e LG.
A cara dos notebooks não será mais a mesma com a chegada do Windows 8 diz a matéria do Valor Econômico sobre a feira de Berlim. O formato tradicional, de tela com teclado que abre em formato de concha, começa dar lugar a formas híbridas mistura de tablets e PCs. No modelo da Sony, exposto em Berlim, o teclado desliza por trás da tela de LCD sensível, com um toque. No modelo da Lenovo, a tela pode ser girada para trás do teclado transformando literalmente o notebook em um tablet.
O motivo da pressa em inovar é simples. A consultora IDC avisou que as vendas de PCs no mundo em 2012 serão apenas 0,9% maiores que as do ano passado. O ritmo lento dos PCs acompanha a estimativa mais modesta para o setor de eletrônicos que terão expansão de 2% na comparação com 2011, gerando receita de US$ 1,1 trilhão. Parece muito , mas o setor esperava muito mais.
Quem responsabilizar a crise econômica recessiva nos EUA e Europa pela expansão modesta acertará em cheio. No conjunto de Alemanha, França, Itália, Holanda, Espanha e Inglaterra, os gastos com eletrônicos foram 10% menores no primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano passado.
Ninguém escapa da crise no mundo rico. Com um adendo: os PCs só ocuparam a cena em Berlim porque as grandes novidades dos fabricantes de TV – telas de 84 polegadas, por exemplo – já tinham sido exibidas em Las Vegas, quatro meses atrás…
Há uma situação contraditória em Berlim: todos sabem que os preços serão derrubados e muito… todos sabem que o futuro vai na direção do tablet ou algo parecido com ele. O que todos querem é se acomodar nisso… menos a televisão… vale um bom debate sobre isso…

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