Economia americana não receberá mais “anabolizantes’. Mas, quem sofrerá são os outros…

O sinal ficou amarelo para as economias dos países emergentes. Na reunião do G-20 da semana passada, com os países mais relevantes, analistas alertaram para duas realidades da economia mundial: primeiro, os EUA sinalizam, de fato, uma recuperação depois da crise de 2008; segundo, depois de quase duas décadas de expansão, a economia dos países emergentes vai dar uma parada.

O alerta mais forte foi feito pelo Fundo Monetário Internacional, o FMI. Em estudo produzido pelo Fundo para os líderes do G-20 reunidos em San Petersburgo, os economistas do organismo internacional abandonaram a visão de que as economias dos países emergentes – entre eles os BRICS – como motor dinâmico da economia mundial, apostando que o novo ímpeto virá das economias avançadas, EUA, Alemanha, França e Inglaterra, locais em que o PIB deve acelerar. Mas, e o crescimento das novas economias, inclusive, a expansão de dois dígitos, mais de 10% ao ano, dos chineses? Esse tempo, para o FMI apenas acabou. O Fundo revisou para baixo, especialmente a expansão dos BRICS.

O principal motivo de tanta preocupação dos líderes mundiais com a economia dos emergentes está em uma decisão do banco central americano, o Federal Reserve, que decidiu parar de injetar US$ 85 bilhões todos os meses na economia do país para ajudar no crescimento. O BC americano avisou: como os sinais de retomada da economia são realmente fortes, a economia não precisa mais dessa “ajuda” e o banco interromperá, em algum momento, essa irrigação e dólares no mercado americano. Dito de outro modo: os EUA devem cortar os “anabolizantes” que empurram sua economia para a frente. O país não precisa mais deles. Os EUA ainda não disseram quando o corte desse dinheiro será feito. Porém, os efeitos já aparecem no mundo todo. Especialmente nos países emergentes.

Os economistas avisam que a forte depreciação sofrida nas moedas dos países emergentes deve ser uma tendência nos próximos meses. Ou seja, os fluxos de capital, o recurso para os investimentos deixam a “periferia “do mundo e voltam a tomar o rumo dos Estados Unidos. Motivo: será muito mais negócio colocar dinheiro no crescimento que voltou para a economia americana do que arriscá-lo nas economias menos promissoras. Talvez, apenas a poderosa economia chinesa resista melhor a essa tendência. Os outros emergentes devem crescer bem menos do que estavam acostumados. O que , óbvio, não é bom para nenhum deles.

Comentários estão desabilitados para essa publicação