Depois da crise de 2008, concentração de renda no mundo aumentou muito

A crise financeira iniciada em 2008 derrubou o emprego no mundo. E concentrou ainda mais a renda no planeta: um grupo formado por 85 pessoas, as maiores fortunas, somam US$ 1,7 trilhão, o equivalente à renda de metade da população mundial. Em outras palavras: o grupo 1% mais rico tem renda 65% superior ao 50% mais pobre. E provocou a perda de emprego para 62 milhões de pessoas. O quadro não era tão ruim antes da crise de 2008.

Esses dados forma divulgados ontem pela Organização Mundial do Trabalho (OIT), um órgão da ONU, e pela organização internacional Oxfam e revelam todo o impacto social no mundo da crise financeira. O que mais preocupam os organismos internacionais é que a recuperação desta crise não está sendo seguida por uma geração de postos de trabalho. Hoje, o mundo tem 202 milhões de desempregados. Em 2018, como mostram as projeções dos economistas destas entidades, o desemprego global atingirá 215 milhões. Historicamente as recuperações econômicas depois das crises reduzem o desemprego e não o aumentam.

Em 2013, mais de 5 milhões de pessoas perderam seu trabalho, como mostrou matéria do Estadão de 21/01, pg B6, assinada por Jamil Chade. Desde 2008, cerca de 32 milhões de pessoas procuram emprego sem conseguir. Outra preocupação da OIT é que 13,1% dos jovens do mundo continuam sem trabalho, cerca de 75 milhões de pessoas.

Outro sério problema é a redução da renda posterior a crise. A OIT registrou que a redução da pobreza no mundo ficou bem mais lenta. Entre 1998 e 2008, em média, o número de pessoas que ganhava menos de US$ 2 por dia caia  12% ao ano. Depois da crise essa reduça1ò ficou em um terço disso. Em 2013, a redução do número de pessoas com salário menor a US$ 2 dia foi só de 2,7%.

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