Esta “guerra” promete. Uma antena bem pequena, pouco maior que uma moeda, deve provocar uma das maiores batalhas judiciais da história do mercado de televisão nos EUA. Criada pela startup nova-iorquina Aereo, a antena integra sistema de tecnologia que permitirá aos assinantes enviar sinal aberto das transmissões de televisão para seus celulares, tablets ou tvs conectadas à internet.
Óbvio: as emissoras ABC, CBS, NBC e Fox, foram à Justiça para fechar a Aereo, argumentando que a empresa viola direitos autorais ao retransmitir seus sinais sem consentimento. O caso chegou ontem à Corte Suprema americana e o resultado terá reflexos para todo o modelo de negócios das empresas de televisão, como mostrou matéria do Financial Times, assinada por Emily Steeel, que o Valor traduziu em 22/04, pg B6.
Se a Aereo triunfar, a capacidade das emissoras de ganhar milhões de dólares com as taxas de retransmissão, cobrados das empresas que distribuem serviços a cabo ou por satélite, ficaria em risco. As tvs avisam que se a Aereo ganhar haverá corrida para criar tecnologia concorrente que capture conteúdo com direito autoral e revenda aos consumidores. Se as emissoras ganharem, não é só a Aereo que perde e fecha, mas as tecnologias de comunicação em nuvem poderiam ter muitos obstáculos.
O CEO da Aereo, Chet Kanojia, percebeu a tendência apelidada de “corte dos fios” em que as pessoas cancelam suas assinaturas de tv paga e trocam por serviços alternativos. Também notou o apetite entre os consumidores por usar e assinar tecnologias com base na nuvem. O serviço de Kanojia custa US$ 8 por mês. E está disponível em dez cidades dos EUA e permite ver e gravar programas de tv sem pagar nada, só o aluguel das pequenas antenas. A Aereo levantou US$ 97 milhões em financiamento.
Caso a Aereo vença a batalha judicial, as empresas de tv dizem estar preparadas para tirar seus sinais de tv aberta e se tornar redes a cabo criando seus próprios sistemas de transmissão entre outras opções de novos negócios.