O sentimento do consumidor americano subiu para o melhor nível em 17 anos na semana, impulsionado pelo forte crescimento econômico e pela melhora das finanças pessoais. O patrimônio líquido das famílias americanas alcançou nível recorde no segundo trimestre, graças à valorização dos preços dos imóveis e das ações.
O semanal índice Bloomberg de Conforto do Consumidor subiu para 60,2 na última semana, melhor leitura desde janeiro de 2001. Na semana anterior, o índice estava em 59. A medida de avaliação econômica também subiu para
uma nova alta em 17 anos, de 64,9 para 64,3, enquanto medida de disposição para o consumo avançou de 51,5 para 52,5, melhor leitura desde setembro de 2000.
O aumento da confiança em todos os três componentes do índice mostra que os americanos estão cada vez mais otimistas graças ao forte mercado de trabalho, o que favorece a disposição para o consumo das famílias, o maior componente da economia.
Contribui para esse otimismo o crescimento do patrimônio líquido – o valor de todos os ativos, como ações e imóveis menos passivos como hipotecas e dívidas de cartão de crédito – das famílias americanas de quase US$ 2,2 trilhões no segundo trimestre, para o recorde de US$ 106,929 trilhões, segundo informou ontem o Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O aumento foi de 2,1% em relação ao primeiro trimestre. Trata-se do 11o trimestre consecutivo de aumento da riqueza das famílias americanas. Os números não são ajustados pela inflação.
O vigor do mercado de trabalho, por sua vez, é sustentado pelo forte desempenho da economia americana, que deve atingir 2,9% este ano, segundo a mais recente projeção da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Se confirmada, esta será a melhor taxa desde 2005.
“O crescimento é forte”, diz Jim Caron, gestor de fundos do Morgan Stanley Investment Management. “Estamos vendo maior produtividade e mais investimentos, o que sugere que isso não é apenas uma injeção de glicose dos cortes de impostos.”
O otimismo com o desempenho econômico ajudou os investidores do mercado de ações a deixar de lado os riscos relacionados à guerra comercial EUA-China e impulsionar os índices para níveis recordes em pontos. O Dow Jones subiu 0,95% e o S&P 500 avançou 0,78%.
Já na Europa, a confiança dos consumidores da zona do euro caiu em setembro para o nível mais baixo em mais de um ano, refletindo o fraco crescimento econômico da região.
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