Compra por impulso? A ameaça vem do comércio eletrônico

O consumidor insiste e repete: uma das melhores coisas das compras pela internet é fugir das filas nos caixas. Já para os fabricantes de chocolates ou bebidas, ou de revistas, isto é um enorme problema. Uma pesquisa na Inglaterra, país em que 13% das pessoas fazem suas compras de supermercado pela internet, este volume representa menos de 5% dos seus gastos gerais. Conclusão: os consumidores gastam mais quando visitam de fato um supermercado.

No comércio online os consumidores buscam o que precisam, geralmente atendo-se às listas de compras. Eles não abrem revistas na telinha, ou pegam chocolates para comer no caminho de casa. As tentativas dos varejistas de oferecer por impulso pela internet , geralmente, não funcionam. O resumo desse tipo de consumidor é: “eu sempre teclo próximo, próximo… nem leio as ofertas…”

As companhias mais ameaçadas, como mostrou matéria da Agência Reuters, assinada por Martinne Geller e Emma Thomasson, traduzida pelo Valor Econômico de 30/11, pg B8, pelo comércio eletrônico são a Mondelez International, a Mars e a Nestlé, as três maiores fabricantes de “guloseimas” do mundo. A Coca-Cola, a Pepsi e a editoras de revistas Time Warner e Hearst Corp. estão em seguida na lista. Em termos globais o mercado de guloseimas está avaliado em US$ 196,5 bilhões, segundo a Euromonitor International. Os negócios online representaram apenas 0,9% do total neste ano, ante 0,6% em 2008.

A área de alimentos é uma das últimas do varejo pelos desafios que envolvem a entrega e a deterioração dos produtos. Mas mudanças estão a vista. A Amazon está ampliando seus negócios nesta área tanto nos EUA como em outros países e redes tradicionais estão ampliando seus sites. Mas os fabricantes ainda estão resistentes.

A mais recente pesquisa sobre hábito do consumidor europeu feita pela IRI, consultoria especializada, mostrou que 73% das pessoas passam mais tempo planejando para evitar comprar por impulso. A consultoria detectou, com clareza, que a decisão é uma prevenção contra a desaceleração econômica. Cabe saber quanto tempo irá durar essa prevenção.  Ou, se impulso e internet não combinam muito…

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