Os escritórios são comuns: um aglomerado de shopping centers de eletrônicos, redes de fast-food e edifícios de escritórios no noroeste de Pequim. Porém, nesses escritórios comuns a China avança no desenvolvimento de uma classe cada vez maior de empresários de tecnologia e investidores de capital de risco, com suas jovens e promissoras empresas desafiando a antiga percepção de que empresas de tecnologia chinesas só copiam produtos do Ocidente.
A diferença desta nova concepção vigente no distrito de Zongguancun, a sede do Vale do Silício chinês, é o novo tipo de mimetismo. O que o distrito mais quer copiar é a própria cultura do Vale do Silício californiano. A nova geração não está, nem quer, reproduzir os produtos americanos, insiste um empresário desenvolvedor de um aplicativo que fornece conselhos de médicos sobre saúde, mas quer “estudar o estilo, a personalidade, a gestão e o financiamento do Vale do Silício”.
Em Zongguancun, como mostrou matéria do The Wall Street Journal, assinada pro Paul Mozur, traduzida pelo Valor em 5/12, pg B14, reúnem-se cada vez mais jovens empresários com investidores ricos. Muitos desses jovens já são veteranos da primeira geração de empresários bem sucedidos da internet. Hoje a ênfase está nas novas ideias. Incubadoras oferecem espaço físico e conexões de internet para enfrentar a dura burocracia chinesa para que os negócios decolem.
Por mil yuans por mês, (US$ 60) um empreendedor pode alugar uma vaga em um espaço de trabalho compartilhado nessas incubadoras. Os produtos nelas desenvolvidos se diferenciam dos eletrônicos americanos. Analistas reconhecem que, em algumas áreas, companhias chinesas estão até a frente das americanas, principalmente nos testes de “coisas novas”.
Um diretor de empresa de tecnologia afirmou que no passado as empresas diziam “se eu vencer na China estou feito”. Hoje, é muito comum ouvir outra frase, dita por empresários chineses: “eu não quero mais ser apenas uma empresa chinesa”. Este tipo de empresário, geralmente, está sempre em Zongguancun.
