A China ofereceu garantias ao mundo de que vai manter a expansão do PIB. Na semana passada, dados oficiais mostraram que a China desacelerou nos dois primeiros meses deste ano na maior velocidade desde a crise financeira de 2008. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o país cresça 6,8% este ano e 6,5% em 2016. É a primeira vez em décadas que o órgão estima que a China crescerá menos que a Índia.
Não é o que pensa o poder na China O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou que Pequim está preparada para entrar em ação para estimular a economia e elevar a confiança do mercado. Ele também garantiu que o país lutará para atingir a sua meta de crescimento econômico anual de “cerca de 7%” em 2015, como mostrou materia do Financial Times, assinada por Jamil Anderlini, publicada no Valor de 16/03, pg A11
“É verdade que nós ajustamos para baixo nossa meta para o Produtor Interno Bruto (PIB), mas isso não quer dizer, em hipótese alguma, que será fácil atingi-la”, afirmou Li a jornalistas após a sessão anual do Parlamento chinês. O governo chinês já havia reduzido a meta de 7,5% de crescimento em 2014, após o país registrar expansão de 7,4%, a mais baixa desde 1990. “A economia chinesa já excedeu os US$ 10 trilhões, então um crescimento de 7% é equivalente à economia total de um país de médio porte”.
Além da desaceleração, muitos investidores e autoridades do governo chinês demonstram preocupação com a piora no desempenho do setor imobiliário – crucial para a economia – e com o alto endividamento acumulado nos últimos anos pelo país. A dívida total da China atingiu 282% do PIB em meados do ano passado – a maior proporção que a de qualquer outro país, incluindo os EUA e a Alemanha, conforme estimativas da consultoria americana Mc Kinsey.
Ainda mais preocupante, dizem eles, é a velocidade com que a dívida cresceu: de US$ 7 trilhões em 2007 para aproximadamente US$ 28 trilhões no ano passado.
Li afirmou que o governo tem “uma série de ferramentas de política pública” à sua disposição e que não hesitará em lançar mão delas se o desaquecimento econômico provocar uma onda de desemprego generalizado ou afetar a renda da população.
Autoridades em Pequim têm dito recentemente que esse ritmo de crescimento passou a ser o “normal” – e desejável, na medida em o que se busca é desatrelar a economia das dívidas de financiamento para investimentos e, ao mesmo tempo, cumprir metas de criação de empregos no país.
“Sob essa nova ‘normalidade’ econômica, precisamos garantir que a economia chinesa opere dentro de uma margem apropriada”, disse Li aos jornalistas. “Se a velocidade co nosso crescimento ficar próxima do patamar mais baixo, de modo a afetar o emprego e a renda, estamos preparados para acelerar regulações macroeconômicas para encorajar a confiança do mercado”.
Li afirmou que os níveis da dívida do país não eram perigosos, alegando que 70% dos empréstimos eram voltados para infraestrutura e outros investimentos que, na verdade, ajudam a movimentar a economia.