China anuncia reforma para colocar “mais mercado” na economia

Parece só a troca de uma palavra, mas a economia da China deve mudar de rumo. No final da reunião do Comitê Central do Partido Comunista, encontro que durou quatro dias em Pequim, a China anunciou o que chamou de “reforma profunda” na economia. O papel do mercado foi elevado de “básico”- termo sempre usado pelo governo , desde 1993 – para “decisivo”, para fazer investimento, alocar todo tipo de recursos.
Com a reforma, o setor privado poderá comprar até 15% de empresas estatais, uma decisão que foi entendida como busca de eficiência. O movimento é importante , principalmente quando a China , segunda maior economia mundial, reduz o ritmo de expansão, ao tentar mudar o foco no crescimento contínuo das exportações para aumento do mercado consumidor local.
O setor privado será “encorajado”, como mostrou matéria do Globo de 13/11, pg 23, com busca de uma “relação adequada” entre o governo e o mercado , deixando para o mercado “papel decisivo” fazendo com que o estado “desempenhe melhor suas funções”.
O comunicado do Comitê Central aponta ainda para a a necessidade de um sistema fiscal moderno , com melhoria na administração do orçamento e do sistema tributário. O texto fala de um “moderno sistema de mercado chinês”, que promova melhor distribuição de renda e ainda gere “sustentabilidade”, menção aos enormes desafios ambientais do país.
O texto, porém, ressalva que o Estado continuará “dominante na economia” indicando os limites exatos da reforma, em especial no que diz respeito ao controle das enormes estatais chinesas. As 112 empresas controladas pelo governo central, por meio da Comissão de Administração e Supervisão de Ativos do estado, respondem por 43% do PIB chinês.
Na avaliação de experientes analistas da realidade chinesa, a maneira como o governo lidar com o poder das estatais será o verdadeiro sinal de mudança na direção de uma efetiva e eficiente economia de mercado.

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