Carros sem motorista? Mas 65% das pessoas querem continuar a dirigir…

Como sempre, esqueceram combinar tudo com os maiores interessados. O avanço tecnológico parece definitivo: já chegamos ao carro sem motorista. Mas, como em todas as conquistas técnicas avassaladoras, há um porém: serão os humanos que determinarão se os carros sem motorista devem ser a regra seguida. Sem esquecer que hábitos e normas culturais não mudam com a rapidez exigida, ou esperada, pela indústria. Um estudo, bem detalhado, da Automobile Association do Reino Unido, mostrou que 65% das pessoas gostam demais de dirigir para querer um carro autônomo.

Carro é objeto que se tornou parte proeminente da vida diária. Veículos autônomos viraram a nova mania do setor. Empresas de tecnologia e montadoras disputam a construção do carro que vai revolucionar a forma como viajamos ou nos locomovemos e até o motivo para comprar um deles.

A ideia parece futurista, mas a indústria defende que seus benefícios são tangíveis e devem chegar em breve, como mostrou matéria do Financial Times, assinada por Henry Foy e Richard Waters, que o Valor Econômico traduziu na edição de 6 de outubro, pg B4, que descreveu a pesquisa mencionada. As montadoras sustentam que os veículos autodirigidos vão evitar 90% dos acidentes. Especialistas garantem que os congestionamentos serão coisa do passado. Empresários esperam que o banco da frente se transforme em escritório, cinema, mesa de café ou, até, local para experimentar roupa.

Com tantas capacidades técnicas avançando neste ritmo, óbvio, as autoridades já começam a aplicar freios legislativos, enquanto empresários estão às voltas com custos. Advogados e seguradoras têm pesadelos com possíveis acidentes em que a responsabilidade recaia sobre um microchip e não em pessoas.

A indústria tem previsões bem definidas: carros sem motorista estarão nas estradas do mundo todo no final desta década. Diferentes consultorias especializadas fazem a mesma aposta. É fato que um americano médio passa 38 horas por ano preso no tráfego. Carros passam 90% de sua vida útil parados. Muita ineficiência seria diminuída se os carros controlassem as ruas, enquanto os passageiros continuassem com suas vidas normais. A indústria e as consultorias garantem que é tudo uma questão de tempo e que as mudanças geracionais superarão crenças muito enraizadas. A conferir, quem tem razão…

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