Carro elétrico já atrai consumidor europeu e japonês. O brasileiro pode ser o próximo…

A desconfiança diminuiu e a qualidade aumentou. E o carro elétrico ganhou espaço na decisão de compra do consumidor europeu. As montadoras, por sua vez, perderam o medo e investiram pesado. Resultado: em um ano, a venda de automóveis de propulsão elétrica, por exemplo, na França, cresceu 100%. Aliás, as multinacionais instaladas no Brasil já apresentaram projeto de desenvolvimento do modelo elétrico e até já ganharam ajuda do governo para implantá-lo.

Um dos pioneiros do mercado, o grupo Renault-Nissan, chegou ao final de junho à marca de 100 mil carros elétricos vendidos no mundo, desde dezembro de 2010. A maior parte deste sucesso veio do Japão: o Nissan Leaf já alcançou 71 mil unidades, bem a frente do concorrente Mitsubishi i-Miev.

O avanço dos automóveis elétricos, como mostrou matéria do Estadão de ontem, pg B8, ocorreu apesar dos preços elevados entre 13, 7 mil euros, e 27,9 mil euros, cerca de R$ 42 mil a R$ 82 mil. Há, claro, modelos bem sofisticados no mundo dos carros elétricos com preço bem próximos dos automóveis esporte ou de luxo.

O bom resultado da Renault-Nissan foi obtido tanto pelos descuidos dos concorrentes como pelo forte investimento da empresa em tecnologia. Por essa razão, o cenário na concorrência já começou a mudar. Em julho, a BMW apresentou o i3, o seu primeiro modelo elétrico; com autonomia de 130 a 160 quilômetros, a novidade da BMW chegou ao mercado na faixa de 27 mil euros. Mas, este preço poderá cair para até sete mil euros (algo como R$ 20,5 mil) porque vários países estudam o “bônus ecológico”, uma espécie de incentivo fiscal.

O Smart, o famoso carrinho de dois lugares, tanto quanto o Up da Volkswagen ou o Focus da Ford também já têm os seus lançamentos elétricos anunciados. O Classe B da Mercedes está mais adiantado que os concorrentes. O alvo de todos é o limite imposto pelas novas normas de emissão de gás carbônico da União Europeia a vigorarem até 2020.

O mercado de carros elétricos só não cresce mais porque as limitações de infraestrutura persistem. Em toda a França, por exemplo, só existem 6,5 mil estações de reabastecimento de carros elétricos, 4 mil delas em Paris.

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