Depois de terem estudado nas melhores universidades europeias, os jovens espanhóis, italianos, portugueses, gregos, estão voltando a viver no campo. O caminho é inverso do percorrido por seus pais e avós que migraram para as cidades. O motivo é simples: o desemprego que afeta um em cada dois jovens desses países. Os cursos técnicos para capacitar agricultores alcançaram procura recorde neste ano. Várias cidades foram obrigadas a recusar candidatos.
Em Portugal, o governo fez uma espécie de reforma agrária para incentivar o retorno de jovens ao campo. Pela nova lei, proprietários de terra podem alugá-la a novos colonos em troca de cortes de impostos de suas atividades fora da agricultura. O programa impõe limite de idade para o “inquilino” das terras. O objetivo é desafogar Lisboa e Porto, cidades em que o desemprego dos jovens é dramático. O único setor da economia da Europa do Sul que cresce é a agricultura. Em Portugal, em 2012, as exportações de alimentos cresceram 17%.
Na Grécia, como mostrou matéria do Estadão, de 2 de junho, pg. B 9, a volta ao campo dos jovens já acontece desde 2011com momentos de tensão, porque os jovens gregos disputam trabalho com os imigrantes. O fenômeno é o mesmo na Espanha e em Portugal.
Em abril a taxa de desemprego nos 17 países da zona do euro bateu novo recorde: 12,2%., segundos os dados do Eurostat, uma espécie de “IBGE” da União Europeia. O grave é que a taxa cresce sem parar: abril foi o 24º mês seguido de aumento do desemprego nos países do euro. Em um ano, desde abril de 2012, 1,6 milhão de europeus perderam seu trabalho.
A pesquisa do Eurostat mostrou que os jovens continuam a ser os mais prejudicados pela fragilidade do mercado de trabalho nas sociedades que adotaram o euro. A taxa de desemprego entre pessoas com menos de 25 anos no bloco dos 17 países chegou a 24,4% em abril. Esta, porém é a taxa média. Na Espanha o desemprego dos jovens com menos de 25 anos alcançou 54,1% e na Grécia já atingiu 58.1%.