A população brasileira fica mais velha em velocidade maior que a média mundial. Os dados do estudo do IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, sobre as condições de vida da população brasileira em 2012, divulgado ontem, mostram que o índice de envelhecimento do país subiu. Este índice é calculado a partir da relação entre o número de pessoas de 60 anos ou mais para cada cem pessoas de menos de 15 anos de idade.
O índice de envelhecimento no Brasil, calculado pelo IBGE, foi de 51,8 em 2011, mais alto do que a marca de 48,2 do indicador de envelhecimento mundial para o mesmo ano. Isto quer dizer que havia, na prática, uma pessoa com 60 anos ou mais, para cada duas pessoas de 15 anos de idade.
Ninguém pode desprezar a demografia. Desde o marketeiro até o dono do hospital, passando por quem decide que tipo de comida será oferecido aos fregueses do boteco da esquina. Em números absolutos, como publicou matéria do Valor Econômico, edição de 29 de novembro, página A9, o crescimento no número de idosos no Brasil foi considerado “marcante” pelo IBGE. O número de brasileiros com mais de 60 anos passou de 15,5 milhões em 2001, para 23,5 milhões em 2011. Em termos percentuais, essa faixa etária passou de 9% da população para 12,1% em dez anos.
Um detalhe importante nesse processo detectado pelo IBGE: os idosos no Brasil têm situação de renda melhor do que a dos jovens, o que não é regra no mundo. O instituto mostrou que 53,6% das pessoas com menos de 25 anos estão concentradas nas duas menores faixas de renda per capita familiar. Porém, apenas 17,9% dos idosos de 60 anos ou mais estão nesta faixa de renda familiar. Os técnicos do instituto estimam que os motivos dessa incidência são as políticas sociais e previdenciárias que garantem um salário mínimo para os idosos carentes do país o que interfere forte na rendimento familiar. Porém, o declínio do número dos que entram no mercado de trabalho interfere na geração de recursos para manter essa política previdenciária.
O grupo de pessoas com até 24 anos de idade na população brasileira representava 48,2% dos brasileiros em 2001. Em 2010, o mesmo grupo representou 30,2% do total. O IBGE também pondera que o envelhecimento da população é muito influenciado pelo recuo na taxa de fecundidade. O Censo de 2010 mostrou que essa taxa era de 1,9 filhos por mulher, a menor da história demográfica brasileira.
