Governos de um lado, empresas de outro, devem travar autêntica guerra em Dubai quanto ao futuro da internet a partir de segunda-feira. Esta é a primeira ve, em 25 anos, que a comunidade internacional se reúne para definir regras da rede mundial. Essa definição deve moldar como será a telecomunicação nos próximos anos.
Os riscos são grandes. Por exemplo, a Rússia, a China e os países árabes para controlar o conteúdo da internet não estão muito dispostos a aceitar maiores acordos. As diferentes expectativas políticas em torno do uso das comunicações estarão presentes em Dubai. E com bem pouca vontade de ceder no confronto de perspectivas.
Um ponto ainda mais sensível do que as questões políticas é o de custo. Quem vai arcar com os custos de expandir a internet no mundo nos próximos cinco anos? A conta é estimada em nada menos de US$ 800 bilhões!! E aqui começa problema muito maior: empresas de telecomunicações ou gigantes da web, tipo Google, travam guerra bem maior do que a luta política nos bastidores para saber quem comandará não só o gasto físico da expansão, mas quem comandará a operação da rede.
Basta ver a situação do Brasil para se ter uma ideia do tamanho desse problema. Como mostrou matéria do Estadão, do Jamil Chade, publicada hoje página B14, o País irá à conferência mundial com posição contrária a qualquer censura na rede, mas chegará a Dubai sem ter conseguido votar o Marco Civil da Internet no Congresso, assunto que vem sendo discutido sem votação ou qualquer definição há anos tanto na Câmara, como no Senado.
Essa conferência de Dubai promete muita discussão. E importantes definições sobre como será internet em breve. A conferir.