Após anos de baixa inflação o Banco Central Europeu admitiu que a União Europeia está à beira da low inflation, isto é, a inflação muito próxima de zero. Ou, do que é ainda pior, da deflação, quando os preços caem sem parar. Este “fantasma” ficou mais claro depois que a inflação anual média dos 17 países que adotam o euro como moeda foi de apenas 0,5% no mês de março.
Diferentes estratégias começaram a ser pensadas para enfrentar este risco. Banco centrais existem para combater inflação, mas a deflação é ameaça ainda maior. A expectativa de que os preços vão continuar caindo, como ocorre agora na União Europeia, provoca estagnação nas vendas – vou comprar depois quando o preço baixar ainda mais. Os investidores não investem porque acham que o mercado não crescerá. Em outras palavras, deflação aumenta a recessão e o desemprego.
Na verdade, deflação já existe em alguns países europeus. Os dados de março relativos a Espanha , Portugal e Grécia mostram que os preços não param de cair. A inflação na Espanha ficou abaixo do zero, menos 0,2% em março assustou os técnicos do Banco Central Europeu, como mostrou a matéria do Estadão, assinada pro Andrei Netto, na edição de 6/4, pg B10. Há mais de um ano os preços caem de forma ininterrupta em Portugal e Grécia, países que enfrentam forte depressão econômica desde a crise internacional de 2008.
Vários economistas europeus manifestaram grande preocupação que a União Europeia vá no mesmo caminho do Japão da década de 1980. Por mais de dez anos os preços recuaram no Japão.