Atividade cai na China, mas cresce nos EUA e na UE

A atividade econômica continuou em expansão nos EUA, na Europa e boa parte da Ásia em abril, enquanto que na China contraiu pelo segundo mês seguido em virtude dos lockdowns contra a covid-19 que paralisaram Xangai e outras importantes cidades.

Nos EUA, o índice de atividade industrial do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) apontou uma desaceleração em abril, para 55,4, em um sinal de que os problemas nas cadeias de suprimentos e a alta dos custos continuaram pesar sobre o setor manufatureiro. Mas outro índice, do S&P Global, apontou uma aceleração na atividade para 59,2, alcançando o seu melhor nível desde setembro de 2021. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade.

“Depois de um início de ano lento, em que o crescimento da produção quase parou, o setor manufatureiro está começando o segundo trimestre com uma base muito mais forte”, disse ontem Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global.

As pressões inflacionárias – alta dos preços dos insumos, transportes e combustíveis – permaneceram severas e as empresas americanas continuaram a repassar custos mais altos aos clientes em abril, disse a S&P Global.

“Embora os dados da pesquisa tragam indicações de melhora no ritmo de crescimento econômico nos EUA no segundo trimestre, a notícia menos bem-vinda é que as pressões inflacionárias elevadas não mostram sinais de recuo”, disse Williamson. 

Na zona do euro, a atividade industrial desacelerou seu ritmo de crescimento pelo terceiro mês seguido em abril para 55,5, segundo a S&P Global. Apesar de se manter bem acima de 50, as fábricas europeias continuam a sofrer com a escassez de componentes, agravada pelo surto de covid na China e pela guerra na Ucrânia. O aumento dos preços e a incerteza sobre as perspectivas econômicas também pesaram sobre a demanda no bloco, com o forte desaceleração no crescimento de novos pedidos. 

No fim de semana, dois índices de atividade apontaram uma aceleração no ritmo de contração da economia chinesas, como resultado da paralisação da produção nas fábricas e ruptura nas cadeias de suprimentos. O índice de atividade industrial oficial caiu para 47,4 em abril, enquanto o índice privado Caixin China caiu para 46,0 em abril, seu pior nível desde fevereiro de 2020. Esses dados aumentaram as preocupações de uma forte desaceleração da China no segundo trimestre, o que pesará sobre o crescimento global. 

As economias da Ásia-Pacífico, que incluem alguns dos maiores exportadores do mundo, resistiram em grande parte até abril, com destaque para Coreia do Sul, Filipinas, Mianmar e Austrália. O impacto da atividade mais fraca na China foi compensado pela demanda renovada em outros mercados importantes, como os EUA. 

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/05/03/atividade-cai-na-china-mas-cresce-nos-eua-e-na-ue.ghtml

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