O governo da premiê da Alemanha, Angela Merkel, anunciou ontem metas mais ambiciosas de corte de gases-estufa. A Alemanha irá se tornar neutra em carbono em 2045, cinco anos antes do compromisso anterior.
Além disso, a maior economia da zona do euro irá reduzir suas emissões em 65% em 2030, em relação aos níveis de 1990. A meta atual era de 55%. Em 2040, a promessa é cortar 88%.
“É importante, para o futuro do nosso país, que estejamos comprometidos com metas de redução de CO2, e também sobre a ampliação da infraestrutura que é indispensável para se chegar a elas”, disse o ministro das Finanças, Olaf Scholz, ao anunciar o compromisso.
A ministra de Meio Ambiente, Svenja Schulze, disse que a coalizão do Partido Social Democrata com conservadores de Merkel chegou a acordo e o governo apresentará texto na semana que vem para alterar a Lei de Ação Climática.
Trata-se de uma resposta à decisão do Tribunal Constitucional de que o governo deveria melhorar a legislação antes do fim de 2022.
Em abril, os juízes da mais alta corte alemã decidiram a favor de jovens ativistas e de ONGs que entraram com ação exigindo que o governo melhorasse a legislação climática, de 2019.
A resposta do governo ocorre em um momento em que as pesquisas colocam Annalena Baerbock, candidata do Partido Verde, como favorita às eleições de setembro, quando Merkel deixa o poder após 16 anos.
As novas metas devem ser anunciadas por Merkel hoje, na abertura dos Diálogos Climáticos de Petersberg, evento promovido há 12 anos pelo Ministério do Meio Ambiente alemão.
Será o último palco de Merkel como líder climática da Europa, embora o ano seja marcado por vários eventos ambientais importantes antes da CoP 26, em novembro, em Glasgow.
Nesta edição dos Diálogos participam o premiê britânico, Boris Johnson, o secretário- geral da ONU, António Guterres, e vários ministros de Meio Ambiente.
Segundo o Climate Action Tracker, a soma de todas as metas submetidas pelos governos até agora — e com a atualização dos objetivos anunciados na Cúpula de Líderes Climáticos promovida pelo presidente Joe Biden -, limita o aquecimento da temperatura a 2,4°C até o fim do século.
O Acordo de Paris estabelece que países devem se esforçar para conter o aquecimento em 1,5°C ou no máximo 2°C neste século.
