A mão invisível da fraude nos anúncios digitais

O número assusta: 36% do tráfego de internet nos EUA é considerado falso. Este tráfego vem de computadores sequestrados por vírus , programados à revelia dos usuários, para visitar sites. Os dados são do Interactive Advertising Bureau, grupo setorial do mercado de publicidade interativa.

Os bots ( a contração de robots) enganam os anunciantes porque eles pagam por anúncios que são acessados por usuários, independentemente se eles são usuários reais ou não. Esses fraudadores criam sites com tráfego falso e coletam pagamentos através de intermediários que reúnem espaços publicitários de muitos sites e os revendem como mostrou matéria do The Wall Street Journal, assinada por Suzanne Vranica, traduzida pelo Valor Econômico edição de 25/03, pg B8. É difícil identificar os fraudadores que agem a partir de lugares remotos , em geral no Leste Europeu.

A fraude generalizada, no entanto, não desencorajou o marketing digital a ampliar o orçamento para a internet. Os gastos com propaganda digital nos EUA (incluindo redes sociais e dispositivos móveis) devem subir 17% neste ano e alcançar US$ 50 bilhões. A cifra corresponde a 28% do total gasto com anúncios nos EUA, contra 16% há cinco anos.

No Brasil, segundo a empresa eMarketer os gastos com marketing digital devem aumentar 28% neste ano em relação a 2013 e atingir US$ 3,19 bilhões.

Muitos executivos compreenderam apenas agora a realidade da fraude. Parte desse problema de não percepção está na dificuldade de estimar com precisão o valor dessas fraudes. A WhiteOne, firma especializada em detectar fraudes em anúncios, divulgou que me 2013, só nos EUA, os fraudadores digitais roubaram cerca de US$ 6 bilhões. Apesar desses dados, poucos anunciantes, planejam qualquer redução na publicidade online.

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