A economia melhorou, mas a troca da geladeira fica para depois.

Os sinais começaram a ficar mais fortes. A economia brasileira parece avançar em um ritmo mais consistente no segundo semestre do ano. O que significa mais emprego, melhores salários e mais consumo. O primeiro alerta de bons ventos chegou do Banco Central. Na semana passada o BC divulgou o seu índice de atividade econômica, o IBC-Br, que em junho alcançou a maior alta em comparação ao mês anterior, nos últimos 15 meses. Ou seja, o indicador conhecido como “PIB do BC” mostrou alta de 0,75% em relação a maio. É o melhor resultado desde março de 2011.
Os analistas, no entanto, manifestaram dúvidas sobre a continuidade e intensidade dessa recuperação. Em outras palavras, o ritmo pode continuar fraco, o que abre espaço para novas medidas de estímulo ao consumo e investimento do governo. Aliás, os técnicos do próprio BC ponderam que os bons resultados de junho foram impulsionados tanto pelo corte de impostos no consumo, como pelos juros mais baixos que ajudaram as vendas do varejo.
No começo desta semana chegaram mais notícias favoráveis do setor industrial. O uso da capacidade instalada (o que significa a quantidade de máquinas que estão efetivamente produzindo) superou neste mês a média dos últimos cinco anos. A Sondagem da Indústria, uma pesquisa da FGV, mostrou que o nível de utilização da capacidade instalada alcançou 84%, um ótimo resultado.
Esse quadro motivou mais confiança dos empresários para investir. Os inventivos fiscais dados pelo governo, isto é redução dos impostos cobrados da indústria animou os empresários. Os avanços que mais entusiasmaram os industriais foram os das montadoras de automóveis. O economista responsável pela pesquisa da FGV resumiu: “talvez o segundo semestre não compense inteiramente o primeiro. Vai ser um ano ruim com um final feliz para a indústria”. O que o economista disse é que há expectativa de progressão boa no segundo semestre, mas em uma subida bem suave.
Parece uma contradição, mas vários analistas disseram que a oferta de crédito até pode aumentar, mas as famílias não devem comprar muito porque estão ainda endividadas. E esta será a principal razão para uma subida suave da economia. Os industriais parecem mais confiantes, mas não tiraram o pé do freio nos investimentos. As famílias também e, portanto, pensaram duas vezes em trocar o carro ou a geladeira este ano. Apesar das muitas ofertas…

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