A China ficou com a parte do leão do e-commerce brasileiro

Os números são bem claros: quem mais se aproveitou do forte crescimento do e-commerce brasileiro foram os chineses. Dados coletados pelo site de pagamentos online Pay-Pal revelaram que 48% dos brasileiros que compram em sites do exterior – cerca de 2,8 milhões de pessoas – compram produtos em lojas chinesas. Na mesma comparação, apenas 39% dos americanos compradores em sites estrangeiros escolhem os chineses, 31% dos australianos e apenas 23% dos britânicos.

O domínio chinês nas compras dos brasileiros é absoluto. Dos R$ 2,6 bilhões que os brasileiros gastam ao longo do ano em compras dos sites internacionais, R$ 1,2 bilhão vai para o bolso dos varejistas chineses, segundo os números do Pay-Pal. O Brasil tem um faturamento total em compras eletrônicas estimado em R$ 28 bilhões.

Porém, como mostrou matéria de O Globo, edição de 17/10, pg 30, a chegada dos chineses não se limitou a venda de produtos pela internet. A empresa chinesa Osell, uma gigante internacional de e-commerce, está entrando no Brasil. Com mais de 30 milhões de itens “made in China” à venda, esta empresa pretende alcançar os pequenos varejistas brasileiros, oferecendo suporte para criação de suas próprias lojas eletrônicas.

O governo de Pequim anunciou medidas que reduzem a burocracia para dar mais agilidade às entregas de seu varejo virtual, além de incentivos fiscais para aumentar exportações por este meio. No caso do Brasil, há isenções fiscais para compras online no exterior de até US$ 50. Na prática, o e-commerce é meio alternativo para fugir de barreiras alfandegárias impostas contra produtos chineses, por exemplo roupas e calçados que, aliás, são os produtos mais comprados pelos brasileiros nos sites chineses.

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