Quem deve pagar a conta da economia verde?

Como uma boa surpresa, organizações que representam os países mais ricos apoiaram, na Rio + 20 a taxação sobre poluentes e emissores de carbono. E ainda pediram a redução de subsídios para os combustíveis fósseis.  O mais importante é quem fez esse pedido: o Fundo Monetário Internacional, o sempre célebre FMI, e a OCDE, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, entidade que reúne os 34 países mais industrializados do planeta.

O vice-diretor gerente do FMI, o Min Zhou, afirmou que os subsídios “ não incentivam a inovação” e, principalmente não ajudam os mais pobres: “ nossos dados mostram que 35% desses subsídios aos combustíveis são usados pela classe média ou alta, ou seja quem não precisa”.

O interessante nesta constatação é quem a fala. Não é nenhum representante de ONG ou um ativista ambiental. É a segunda autoridade no FMI.

O secretário-geral da OCDE, Jose Angel, foi pelo mesmo caminho. Ele atacou forte a concessão de subsídios aos combustíveis dizendo que os recursos do governo poderiam ser alocados em “qualquer outra finalidade menos em combustíveis fósseis, porque o carbono é o pior vilão a ser atacado”. Angel foi bem claro: “temos de atacar esse inimigo com, impostos”, desde que estes não piorem a vida dos mais pobres.

O diretor gerente do Banco Mundial Mahmoude Mohieldin, foi mais contundente na defesa da economia verdade falando em números. Os países “estão desesperados por crescimento, independentemente  da cor”, referência à economia verde. Mas, com toda a autoridade de quem dirige o Banco que mais empréstimos faz no mundo para promover desenvolvimento econômico, Mohieldin foi bem claro: “para cada dólar investido em economia verde, dois ou três podem ser gerados a partir dela”.

Vale a pena prestar atenção nestas críticas. Afinal quem as fez sempre cuidou de expansão econômica.

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