Desde o começo desta semana começou um boato nos mercados financeiros do mundo todo que a Espanha deve, em breve, pedir o resgate de sua dívida. Em outras palavras, o país reconheceria que não tem mais condição de pagar o que deve por seus próprios meios e pediria uma ajuda oficial da União Europeia.
A Espanha pertence à chamada zona do euro, a soma dos 17 países que adotaram a moeda comum desde o início do ano 2000. Desde o começo do euro, os países menos desenvolvidos da Europa perceberam a possibilidade de crescimento muito rápido. Isso queria dizer: pegar grandes empréstimos nos maiores bancos europeus (especialmente alemães e franceses) e impulsionar negócios em cada um desses países. Foi o caso da Grécia, Irlanda, Portugal e outros.
Entre os outros agora estão, as economias da Espanha e da Itália. Aí a conversa ficou bem mais complicada. Porque, por exemplo, a economia espanhola é sete vezes maior que a grega. Ou seja, ajudar a Espanha a pagar suas dívidas custa sete vezes mais do que ajudar a Grécia.
A dívida da Espanha é mais dos bancos do que do governo. Motivo: os bancos espanhóis pegaram recursos nos bancos alemães e emprestaram principalmente para o setor imobiliário, isto é, para as pessoas comprarem ou trocarem de casa. Foi um boom de construção. Mas, em 2008, com a crise nos Estados Unidos, a economia espanhola perdeu força, muita gente perdeu o emprego, e os atrasos nos pagamentos dos empréstimos começaram. O preço das casas despencou e os bancos ficaram com um enorme prejuízo.
Hoje, foi anunciado que a Catalunha, a província mais rica da Espanha, responsável por um quinto da produção econômica do país, pediu ajuda ao governo central para pagar suas dívidas. Já é a terceira província que pede a mesma ajuda.
O mercado entendeu que a Espanha está, cada vez mais, em dificuldade. E começou a perguntar em quanto tempo a Espanha, toda, precisará da mesma ajuda dos sócios europeus.