Quando o aluno não aprende, de quem é a culpa?

Um questionário respondido por 269.495 professores, de escolas públicas brasileiras, ajuda  a entender de quem é a culpa quanto a dificuldade de aprendizagem dos alunos. O Ministério da Educação deu 14 opções fechadas de respostas aos docentes. As sete primeiras responsabilizavam os estudantes e suas famílias pelo baixo rendimento alcançado na escola.

É curioso, mas o principal problema apontado pelos professores que prejudica o desempenho dos alunos é o não acompanhamento da família, em especial nos deveres de casa. Este foi o primeiro motivo apontado por 68,9% dos professores. A segunda razão do baixo rendimento é a falta de interesse e de esforço do aluno, com 65,9% das respostas. Já o terceiro e quarto motivo indicado pelos docentes para o “não aprender” está relacionado ao meio em que vive o aluno, 61,2% das respostas seguido pelo nível cultural dos pais, com 58,5%.

O perfil psicológico dos alunos, “baixa autoestima”, aparece como responsável pelo fraco  desempenho para 51,7% dos docentes. A indisciplina em sala de aula ficou em sexto lugar apontada por 49,9% das respostas. É interessante, mas apenas um terço dos professores considerou como motivo para a baixa aprendizagem a “falta de aptidão e de habilidade do aluno”, com 33,7% das respostas.

Já as reclamações mais habituais, como sobre carga de trabalho dos professores, baixo salário – em nono lugar, surpreendentemente, com 26,4% das respostas – e estrutura física da escola ficaram para o fim do ranking dos motivos pelos quais o aluno não aprende.

Merece toda atenção que apenas 15,6% dos professores apontaram como causa do baixo rendimento o “conteúdo curricular inadequado”.  Esse dado exige interpretação mais cuidadosa. A discussão da qualidade e atualidade do conteúdo ensinado ainda não está no horizonte de discussão dos mestres. Um dado preocupante.

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