Privacidade do consumidor ou liberdade na rede? Quem vale mais?

O debate sobre o direito de rastrear consumidores na rede aumentou. Alguns conceitos tomaram conta do debate, o primeiro deles a liberdade de expressão. No Congresso americano nove deputados iniciaram um movimento contrário à proposta de uma associação que quer definir padrões mundiais para estabelecer o bloqueio dos rastreamentos.
O duelo de opiniões já chegou até a Microsoft. A empresa adotou um sistema de bloquei de rastreamento no Internet Explorer 10. Anunciantes de muito peso, como Dell, IBM, Visa Wal-Mart já reclamaram diretamente como comando da Microsoft contra essa possibilidade.
É só o começo da briga. Ontem o The New York Times publicou material sobre o tema. O Nota Alta reproduz essa tradução para incentivar o debate.
Hoje, o Pedro de Santi no fala Professor discutiu o assunto de outro ângulo: o anúncio interativo que registra a face e o sexo de cada usuário de um shopping na Coréia do Sul.

O texto da Folha de hoje é o seguinte:
Mark Shaver/The New York Times
Privacidade divide anunciantes e companhias digitais
A ofensiva começou com uma carta combativa de um grupo de nove deputados federais norte-americanos à FTC (Comissão Federal de Comércio, em inglês).
Eles questionavam o envolvimento do órgão com a organização internacional W3C (World Wide Web Consortium), que tenta definir padrões mundiais para bloquear o rastreamento.
Os legisladores se disseram preocupados que a escolha dada aos consumidores “restringisse o fluxo livre de dados que é o cerne do sucesso da internet”.
Depois disso, em carta enviada a Steve Ballmer, presidente da Microsoft, executivos da Dell, IBM, Visa, Verizon, Wal-Mart acusaram a empresa de ter cometido um grave erro ao tornar padrão a opção de bloqueio de rastreamento para o novo navegador Internet Explorer 10.
“A ação da Microsoft é um erro. Todo o ecossistema de mídia condena essa ação”, alegava a carta.
A Microsoft tenta minimizar as queixas dos anunciantes. Em nota, Brendon Lynch, vice-presidente de privacidade da Microsoft, afirmou que um estudo recente com usuários de computadores nos Estados Unidos e Europa apontou que 75% dos pesquisados desejavam que o sistema de bloqueio de rastreamento de seus navegadores estivesse ativo por padrão.
A ofensiva setorial é mais estridente do que a ação contra o rastreamento. O W3C ainda não chegou nem perto de um consenso quanto ao significado desses sistemas.
No momento, isso significa que os botões de controle nos navegadores são pouco mais que adesivos cujas ações as empresas podem optar por respeitar ou ignorar.

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