Jornada de Jornalismo: é viável o discurso social contra o carro na cidade?

O segundo dia de debates da Jornada de Jornalismo da ESPM enfrentou o tema Mobilidade Urbana. Os líderes do mundo todo discutem esta questão. E não é à toa. Se a mentalidade baseada no individualismo exacerbado continuar hegemônico no comportamento humano, logo, as grandes cidades serão inabitáveis.
Nas maiores capitais do mundo alguma mudança comportamental, na direção contrária do individualismo, já foi instituída. Há diversos exemplos de estruturas urbanas melhor bem planejadas sempre no mesmo rumo: oferecer meios mais eficientes de transporte alternativos ao carro. Esta é uma realidade possível. Basta lembrar a facilidade com que jornalistas, moradores, visitantes e atletas continuaram a circular por Londres durante as Olimpíadas.
Se no mundo todo novas propostas são convertidas em projetos bem implementados, no Brasil, o que se vê, uma vez mais, é certa acomodação da população, que não se organiza para reivindicar melhorias. Nas vésperas das eleições, aliás, multiplicam-se as propostas de mais transporte público. O cotidiano urbano, depois das eleições, é bem diferente dessas propostas: o carro continua dono das prioridades.
Os convidados Marcos Souza, jornalista da ONG mobilize-se e Pétria Chaves, repórter e apresentadora da rádio CBN mostraram opiniões convergentes. “Como jornalista, podemos contribuir para incentivar esse debate”, reflete Pétria. Ambos acreditam que estamos diante de um novo dilema: fomentar um discurso social para que as pessoas deixem de acreditar que o carro seja o transporte mais viável. “Que tipo de cidade nós queremos? Uma cidade feita para as pessoas ou para os carros.”

Ouça a entrevista que a jornalista Pétria Chaves deu para o Nota Alta.

Foto: Laís Cebolini Guidi

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