Japão se compromete a fechar usinas nucleares. Em vinte anos…

É uma virada radical de política energética: o Japão anunciou que pretende eliminar por completo a geração de energia de base nuclear no país até 2030. Um terço da energia elétrica usada pelas indústrias e consumidores residenciais japoneses é de origem nuclear. Antes do acidente de Fukushima a proposta era de que a metade do consumo de energia fosse de base nuclear.
O tsunami que causou o desastre na usina nuclear de Fukushima provocou contaminação até nas imediações da capital, Tóquio.  Quase 200 mil pessoas precisaram ser evacuadas da região em questão de horas.
O investimento exigido para essa mudança de política energética será enorme: cerca de US$ 500 bilhões para a expansão das fontes renováveis, solar e eólica. O que mais forçou a mudança de política foi a visão da opinião pública japonesa que alterou completamente o apoio dado às centrais nucleares, depois do desastre de Fukushima.
As pesquisas de opinião pública realizadas pelas redes de tv mostraram que 70% da população passou a ficar contra as centrais nucleares. As manifestações contrárias a retomada produção dos reatores de Fukushima tomaram conta das audiências públicas na Dieta, o parlamento japonês. Até na frente da casa do primeiro ministro Yoshihiko Noda, manifestantes acamparam fazendo pressão constante contra o projeto de religar a usina.
Acabaram atendidos. O compromisso foi feito pelo governo Noda. Resta a questão econômica: o Parlamento nada decidiu sobre os cortes a serem feitos para encontrar os recursos necessários à mudança de política energética.

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