Essa briga “em família” promete. Na indústria da música existem dois Googles. E, eles não se dão bem. Na quinta-feira da semana passada a Associação das Gravadoras dos EUA, RIAA, na sigla em inglês, acusou o Google de não cumprir sua promessa de punir os sites piratas. A reclamação dizia respeito diretamente a uma das partes do Google, o seu conhecido e eficiente “motor de busca”.
Para entender a briga “em família” é preciso saber que o primeiro Google, como mostrou matéria do The New York Times, assinada por Ben Sisario, é representado pela série de serviços de entretenimento como YouTube e Google Play, que mantêm acordos de licenciamento e respeita direitos autorais da maior parte do selos e editoras musicais. A matéria do NY Times foi traduzida pelo Estadão de 23 de fevereiro, pg. B8A e conta que esta parte está integrando-se lentamente à indústria do entretenimento com acordos como o assinado na semana passada com a revista Billboard, que incorporou as visualizações no YouTube nos seus cálculos e avaliações d e sucesso.
A outra parte do Google, que inclui o seu “motor de busca” é bem mais complicada, porque todos a usam para encontrar conteúdo de todo tipo, inclusive música. Aqui, está o lado do Google onde aparecem as grandes brigas, com a indústria do entretenimento. A briga com a RIIA foi com esta parte do Google. Por violação de direitos autorais, que começa na determinação do ranking de qualquer site. A indústria da música recebe semanalmente milhares dessas queixas.
A RIIA se queixa que o tempo passa e o Google não muda seu comportamento. A maior reclamação é com o motor de busca de música popular. O Google argumenta que sempre que recebe pedidos de retirar do site determinado produto por direito autoral, atende o pedido. Em janeiro, a empresa diz que recebeu 14 milhões de pedidos para retirada do ar por direito autoral e atendeu 97% delas. O problema pé que ao mesmo tempo que a parte motor de busca diz que retirou do ar, a outra parte procura um acordo para manter. Enquanto o acordo não é assinado, o motor de busca funciona.
O Google, tanto o aliado como o inimigo das gravadoras de música, continua aumentando os lucros.