A crise tirou férias no mercado de luxo. Diferente do consumo de energia elétrica, diferente do consumo de bens básicos, as taxas de crescimento das vendas de produtos de luxo, a maioria da Europa, registraram taxas muito altas, nos últimos meses.
O motivo da bonança é bem simples: os consumidores asiáticos não param de comprar. Pouco importa o preço. Especialmente os chineses garantem o faturamento das grandes companhias de produtos de luxo.
Os números desse consumo, apresentados pelo Le Monde na edição de ontem, mostram que o grupo francês LVMH, líder mundial no segmento e dono de marcas como Louis Vuitton, Dior e Moët & Chandon aumentaram o faturamento em 26% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. A Richemont, segunda do ranking das marcas de luxo, dona da Montblank divulgou que suas vendas de abril a setembro foram de 20% a 40% maiores (dependendo do produto) do que as registradas seis meses antes. A Prada e a Gucci registraram, na mesma comparação, crescimento de vendas de 36,5% e 15%, respectivamente. As vendas na China da Yves Saint Laurent aumentaram 30% no seguindo trimestre em relação ao mesmo período de 2011.
O faturamento cresceu tanto pelo no volume de vendas como pelo aumento dos preços acumulados nos últimos dois anos.
A economia chinesa, que domina a maior parte da expansão das demais economias asiáticas, reduziu o crescimento do PIB para 7,6% no segundo trimestre em relação a 2011. Era exatamente o que queriam as lideranças de Pequim preocupadas com a aceleração inflacionária. O mercado de luxo não está diretamente conectado à crise econômica internacional, em especial a da zona do euro. Alguns analistas estimam que a crise nas grandes economias da União Europeia, com forte declínio das importações acabará afetando as exportações chinesas.
Não importa… Por enquanto, os milionários chineses estão comprando muito, despreocupados e felizes.