Os países mais ricos do planeta não ficaram bem na foto do Pnuma, o braço ambiental da ONU. Nesse ranking aconteceram coisas curiosas, como o Brasil ficar na frente dos Estados Unidos. E do Canadá. Antes de qualquer comemoração é melhor perceber que o cenário não está nada otimista para ninguém, entre os países avaliados. O Brasil ficou na frente dos americanos, mas atrás dos chineses por exemplo.
O ranking do Pnuma foi feito a partir do Índice de Riqueza Inclusiva (IRI) feito com objetivo de integrar aspectos sociais e ambientais e não apenas medir o desempenho econômico dos países. Ou seja, o alvo do IRI é ser um indicador mais completo do que só o PIB, o Produto Interno Bruto, uma espécie de soma das riquezas produzidas em cada país. O IRI pretende também ser mais completo do que o IDH, o índice de Desenvolvimento Humano que quantifica a relação entre crescimento da riqueza e o uso social que se faz dela.
O relatório que apresentou o IRI na Rio + 20 apontou mudanças em 20 países que juntos somam mais de 70% do PIB mundial. O IRI mediu a diminuição dos recursos naturais entre 1990 e 2008 em cada país. Os resultados não são nada promissores: nesse período, por exemplo, a África do Sul diminuiu seus recursos naturais em 33%, os Estados Unidos em 20% e a China em 17%. Curiosamente, o Japão, entre os 20 países mis ricos, foi o que menos diminuiu seu “capital natural”.
O IRI ainda provocará muita surpresa. Perda de capital natural é coisa séria. Só que agora, essa perda começou a ser medida.