É preciso cultura, “apertar botão eu ensino para qualquer um, em uma semana”.

“Uma das primeiras pessoas que você seguiu na vida, foi a fofoqueira do bairro.” Foi com essa frase que Antonio Guerreiro, diretor geral de internet da Rede Record e do portal R 7 deu início à aula magna de jornalismo realizada nesta terça-feira, 28. “Sempre vivemos em rede. A diferença é que, agora, criamos ferramentas para fazer isso”, provocou.
O jornalista, especialista em Internet e mídias sociais, evocou exemplos de sua vida pessoal para mostrar como o advento das novas mídias sociais tem sido responsável pela configuração de um novo modo de sociabilidade. Deixou claro, no entanto, o quanto essa sociabilidade é inerente ao homem, um ser social por definição.
Partilhou a enorme satisfação que sentiu quando seu filho, aos dez anos, o adicionou como amigo no Facebook. O valor contido nessa atitude do filho, para ele, é imensurável. Significa que ele agora tem permissão de participar dessa rede de amigos, de partilhar das mesmas informações e de, enfim, poder participar de mais uma esfera da vida do garoto. O fato de ser aceito pelo filho no Facebook significa muito mais do que pode aparentar.
É nesse tipo de experiência do consumidor que o mercado tem apostado cada vez mais. “Estamos vivendo um momento de retorno do engajamento”. O sucesso do negócio parece estar na compreensão de como possibilitar ao consumidor uma experiência completa. De como envolvê-lo e torná-lo engajado com a marca, o produto ou o serviço a ser oferecido.
Além de um novo modo de sociabilidade, outro fenômeno proveniente do advento das novas mídias foi a banalização da informação. “Qualquer um pode dar a informação que quiser”, polemiza Antonio. No entanto, a questão da credibilidade continua a pautar as receitas publicitárias. Sem credibilidade, não há anunciantes de peso. Por isso jornalistas de qualidade são necessários nas redações. A checagem da informação a ser publicada continua essencial.
Uma análise marcou a palestra de Guerreiro: as mudanças estão tornando-se cada vez mais rápidas devido aos avanços tecnológicos. O diretor geral de internet da Rede Record insistiu que o grande diferencial de um profissional, hoje, é a formação humanística. A bagagem cultural, é o único fator que pode contar como diferencial no mercado, uma vez que amplia a capacidade de análise concedendo maior sensibilidade para antecipar tendências e identificar padrões. “Apertar botão eu ensino para qualquer um, em uma semana”.

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