Desemprego na França é o maior em 15 anos. E não é o pior caso da União Europeia

O desemprego na França é o mais alto desde 1997. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos mostraram que o número de desocupados bateu qualquer recorde. A taxa de desemprego alcançou 10,7% da população economicamente ativa em janeiro.
O maior problema é que a situação se agrava, mês a mês. Como mostrou matéria do Estadão de hoje, pg B7, o maior aumento na perda de postos de trabalho foi entre os trabalhadores com mais de 50 anos. Para estes, a oferta de postos de serviço caiu 19,8% entre janeiro de 2013 e o mesmo mês de 2012. O índice mais forte de desemprego é o que atinge os jovens entre 16 e 24 anos, que superou 30% em janeiro.
Esses dados de desemprego revelam os efeitos da forte austeridade fiscal praticada desde a crise de 2008. Austeridade fiscal significa controlar os gastos públicos ou, em outras palavras, não gastar mais do que o país arrecada.
Este mofo de enfrentar a crise tem um “outro lado”: o corte de gastos públicos atinge diretamente os investimentos, tanto os do setor público como do privado. Quando o investimento cai , os empregos acompanham a queda .
O governo socialista de François Hollande argumenta, em seu favor, que o desemprego na França ainda é menor que a média européia. E tem razão: o Escritório Estatístico das Comunidades Europeia, Eurostat (uma espécie de “IBGE” do bloco europeu) informou que média do desemprego entre os 17 países que compõem a zona do euro foi de 11,6%, acima portanto do registrado na França.

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