Criar reserva ecológica realmente protege as espécies ameaçadas?

Parece uma contradição, mas criar reservas ecológicas pode não ser o suficiente para proteger a biodiversidade. Artigo publicado na última edição da revista Nature mostrou que áreas protegidas nas florestas tropicais falharam no compromisso de conservar a biodiversidade.
A pesquisa, que envolveu 200 cientistas do mundo todo, coordenada pelo professor William Laurance, da Universidade James Cook, na Austrália, mostrou que “alguns parques não passam de linhas demarcadas no mapa, nada mais”.
Os pesquisadores escolheram indicadores de 31 espécies (desde arvores até borboletas, passando por primatas e grandes predadores) e elaboraram uma relação de locais que oficialmente estão protegidos, mas que na verdade tem uma “saúde mais frágil” confirmando que nesses locais o declínio é amplo em várias espécies estudadas.
A queda mais significativa na proteção das espécies apesar da área ser uma reserva ocorreu em três locais: Kahuzi, na República do Congo, na reserva botânica de Xishuangbanna, na China e no Parque Nacional Sierra Madre do Norte, nas Filipinas.
No Brasil, 4 reservas foram incluídas na pesquisa, 3 na Amazônia e uma em São Paulo. E a Reserva Biológica do Alto da Serra do Paranapiacaba acabou sendo catalogada pelos pesquisadores como uma área “mais crítica”. Essa reserva está entre os 10% do levantamento que ficou coma pior performance de proteção
Na maioria dos casos de áreas críticas, a proximidade coma cidades grandes é sempre a maior ameaça. Mas na só. A perda do controle do uso da terra nas reservas é ameaça também muito significativa para a proteção das espécies.

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