Conferência da Biodiversidade: países ricos aceitam pagar mais

Demorou, mas um compromisso melhor foi alcançado. A 11ª Conferência da Biodiversidade, na cidade Hiderabad, na Índia, chegou  a um acordo para dobrar a ajuda financeira dos países ricos aos países em desenvolvimento para financiar projetos e ações em prol de maior proteção a biodiversidade do planeta.

Na prática, o acordo prevê que os recursos dados pelos países desenvolvidos entre 2006 e 2010, sejam dobrados no período que vai de 2012 a 2015. E os países ricos também concordaram em manter este mesmo nível de compromisso até 2020. Para os países emergentes também foi exigido aumento de investimentos para conter a perda de biodiversidade em seus territórios.

A pretensão maior dessa Conferência era cumprir as chamadas metas de Aichi, os 20 compromissos assinados por esses mesmos países em Nagoya , no Japão, em 2010. O dinheiro pedido aos países ricos visa exatamente o cumprimento dessas metas até 2020. Entre esses compromissos está a criação de áreas protegidas em 17% das áreas terrestres do planeta e em 10% das áreas marítimas.

Para o chefe da delegação brasileira, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, o acordo alcançado foi bom, principalmente, levando-se em conta a crise econômica dos países da zona do euro. Para o secretário Gaetani, a manutenção do compromisso desses países no quadro atual de crise, com a continuidade dos investimentos na biodiversidade, é “bem animador”.

Em termos financeiros, a União Europeia comprometeu-se em investir três bilhões de euros adicionais ao que já gasta para proteger a biodiversidade no mundo, nos próximos anos. Vale lembrar que esses recursos são bem pequenos uma vez que a Convenção da Diversidade Biológica estimou em US$ 600 bilhões a quantia necessária para efetivamente proteger a biodiversidade do planeta, especialmente para cumprir a meta de expansão das áreas protegidas.

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