Redes de restaurantes americanas apostam no Brasil

Fernando Matijewitsch – aluno de Comunicação Social da ESPM/SP

Mesmo com a crise da economia brasileira, Subway, Dunkin’ Donuts, Hooters, McDonald’s, Johnny Rockets, Sbarro, Outback e Domino’s Pizza estão abrindo novas unidades no país.

Motivo da expansão? O desejo de aumentar a participação no maior mercado de restaurantes da América do Sul, conforme mostrou matéria do The Wall Street Journal.

O mercado em queda consegue atrair novos franqueados, tornar mais fácil a contratação de funcionários qualificados e proporcionar descontos em alugueis para as empresas americanas, que miram no enorme atrativo de uma classe média de mais de 100 milhões de pessoas, muitas das quais adoram comer fora de casa e possuem afinidade com marcas dos Estados Unidos.

As redes de restaurantes são otimistas e apostam em dias melhores. As dificuldades econômicas no Brasil “tornam [a empreitada] mais desafiadora, mas é também uma oportunidade”, disse Patrick Murtha, diretor-superintendente da divisão internacional da Bloomin’ Brands, operadora da rede de churrascarias Outback no Brasil. “A economia brasileira vai melhorar e nós ficaremos em posição de tirar vantagem disso”.

Em 2015, o Outback abrirá doze novos estabelecimentos no Brasil, mais que em outros mercados estrangeiros. O lucro de US$ 32,2 milhões no segundo trimestre, crescimento de 22% acima do obtido há um ano, ajudou a Bloomin’ Brands a tomar esta decisão.

O Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo. Por que, então, vender carne aqui dá tão certo? Segundo o The Wall Street Journal, os brasileiros desenvolveram uma simpatia por redes americanas de restaurantes, em parte porque viajam cada vez mais para os EUA.

Em entrevista ao jornal, Elisama Lorenzo, de 42 anos, disse que suas filhas gostam da sensação de novidade e distinção que dá comer em lugares de estilo americano. “Venho a lugares americanos porque minhas filhas insistem”, comentou.

Porém, um grande mercado potencial não é o bastante para garantir o sucesso. Em 2005, a Dunkin’ Donuts fechou todas suas lojas no Brasil devido a problemas no modelo de franquia e na infraestrutura de fornecimento.

Dez anos depois, após a solução dos problemas apontados e o ajuste do cardápio ao gosto brasileiro, a rede está de volta ao país com um ambicioso plano de abrir 150 lojas nos próximos anos.

A crise também não impede o consumidor brasileiro de estar sedento por esse tipo de novidade. A primeira loja da Dunkin’ Donuts, em Brasília, atrai filas de consumidores desde a inauguração, em maio. Daiana Kmicecik, de 27 anos, disse ao The Wall Street Journal: “É minha terceira vez aqui, mas eles ficaram sem donuts das outras duas vezes. Acho que vou comprar uma caixa com uma dúzia”.

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