Ana Carolina Cavallini, Bruno Reis, Caio Castilho, Luíza Colloca e Maria Juiasz, alunos do Curso de Jornalismo da ESPM
Toda conquista começa com a decisão de tentar. E para o Reino Unido esse pareceu um preceito básico em sua decisão de sair da União Europeia (UE). A atitude dos quatro países que compõem a confederação, sendo eles Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, trouxeram diversas preocupações para a UE. O Brexit, nome dado a este processo, provoca um reordenamento global, já que a Inglaterra tem importância na Organização das Nações Unidas (ONU) e na Otan.
O Brexit se deu através de um plebiscito, cujo resultado foi bastante equilibrado, 51% das pessoas votaram para a saída do Reino Unido. A grande maioria que votou a favor da saída são britânicos com mais de 50 anos e 80% de jovens e adultos até 30 anos votaram pela permanência na União Europeia. Além disso, pesquisas mostram que o grau de escolaridade e desemprego também influenciam. Quanto maior o nível de formação, maior era o apoio à permanência. O mesmo ocorria em áreas da classe trabalhadora: nessas regiões, o apoio era a favor da saída.
Mas por que o Reino Unido tomou essa decisão? Primeiramente porque, historicamente, nunca fez parte da zona do Euro, moeda unificada entre os países da UE, mantendo a Libra como moeda oficial. Além disso, o Reino Unido alega que não possui controle sobre suas fronteiras e, portanto, sobre a imigração. Entretanto, é necessário frisar que a União Europeia foi criada justamente para integrar e permitir a livre circulação de pessoas, moedas e mercadorias.
Outro ponto decisivo é o fato de que o Reino Unido é o segundo país que mais contribui economicamente para o bloco, logo depois da Alemanha. No entanto, todos os países, considerando as devidas proporções, contribuem para o bloco. Isso leva para outra razão: a alegação de que o sistema dentro da UE é injusto, uma vez que os mais fortes sustentam os mais fracos. E, por último, afirmam que perdem autonomia política dentro do bloco, já que as decisões são tomadas de forma muito burocrática e lenta.
Mas, como isso afeta o Brasil? A saída do Reino Unido afetará todo o mundo. Um bom exemplo é o visto de trabalho europeu. Uma pessoa que tenha qualquer tipo de descendência de um país da Europa, tem o direito de sacar o visto e a oportunidade de trabalhar em todo continente, sem falar na facilidade para se locomover. Com o Brexit, as pessoas terão muito mais dificuldade para chegar a países da região, já que será necessário um visto específico e haverão mais trâmites.
A verdade é que o futuro ainda é incerto, mas as previsões não são favoráveis para a situação econômica do Reino Unido. Há risco de recessão: empresas tendem a sair da região causando uma desvalorização da moeda e perda do poder político. Além disso, a União Europeia sofre um certo enfraquecimento devido à saída de uma grande potência do bloco. Os imigrantes também sofrem com o Brexit: o aumento de refugiados, a recessão e o medo de que os empregos sejam tomados por não britânicos, são fatores que aumentam sentimentos xenofóbicos e anti-imigração.