Isabela Afonso, Matheus Martins e Nathalia Monteiro, alunos do Curso de Jornalismo da ESPM/SP
O Mercosul, Mercado Comum do Sul, é um tratado de união dos países da América do Sul. Dentre tantos benefícios que essa aliança já proporcionou, também amenizou a rivalidade entre Brasil e Argentina por um bom tempo. Ambos os países assinaram vários acordos comerciais possibilitando integração e melhorias econômicas tanto para os dois países, quanto para os outros membros do Mercosul. No entanto, com o passar do tempo a Argentina passou a burlar os acordos e começou a exigir um pedido de licença não automática de importação para todos os produtos, independentemente da procedência.
Com o intuito de valorizar sua economia, a Argentina passou a almejar um superávit comercial superior ao do Brasil. Em consequência disso, passou a cortar despesas com importação. O Brasil, que era uma de seus maiores parceiros econômicos, exportava diversos produtos para o país, sendo a metade de seu peso comercial. Por outro lado, a Argentina começou a travar a entrada de produtos brasileiros, prejudicando seu, até então, aliado econômico. Dessa maneira, a renda comercial argentina cresceu, com a ausência dos produtos de baixo custo brasileiros, obrigou sua população a comprar os seus produtos nacionais.
Em contrapartida, o Brasil resolveu pagar com a mesma moeda e deixou de importar produtos automotivos argentinos, criando um desacordo ainda maior com o Mercosul.
A rivalidade, que antes existia apenas nos campos de futebol entre Brasil e Argentina, ganhou uma proporção geoeconômica. Ainda que governos tenham sido trocados, a rivalidade permaneceu. O problema não é ideológico, mas sim puramente econômico.
Além disso tudo, surgiu mais uma peça no jogo, que balançou ainda mais o comércio externo brasileiro: o México. Consequentemente, iniciou-se mais uma disputa pelas vendas nos países sul-americanos. Já não bastava a disputa comercial com os chineses que já era um grande concorrente, o Brasil passou também a ser prejudicado pelos mexicanos.
O México é o país com maior número de acordos bilaterais de comércio, o que ajuda a elevar o ritmo de exportação. Diferentemente do que acontece no Mercosul, o Nafta Tratado Norte-Americano de Livre Comércio permite que seus membros assinem acordos bilaterais com outros países ou blocos.
Dessa maneira, a intenção mexicana nunca foi prejudicar os brasileiros, e sim, se libertar da dependência americana. No entanto, isso acabou acontecendo inevitavelmente. Ainda que não haja má intenção, não é do interesse do Brasil a interferência do México nos países da América do Sul, afinal isso ameniza a sua influência no continente.
Por fim, é importante esclarecer que há um jogo de interesses econômicos. Não importa se há a intenção de prejudicar ou não parceiros econômicos, o que existe é um conflito de poder. Não há amizade entre as nações, há interesses.