Bianca Gomes, Kelly Cilento, Luiza Capella, Mariana Yole, alunas do curso de Jornalismo da ESPM/SP
A atividade econômica japonesa registra desde o ano passado um problema para o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe. Entre abril e junho de 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão retrocedeu 0,4% na comparação com o primeiro trimestre do mesmo ano.
O Japão precisaria assumir várias obrigações por causa da sua estagnação econômica, porém ele está entrando em um universo onde é possível não resolver nenhuma delas. Trata-se da monetização da dívida ou seja, tentar aproveitar ao máximo o lucro que esta gerará, que vem sendo a verdadeira culpada pela hiperinflação do país. Mas isso deve ser a última coisa que os japoneses devem se preocupar.
Os ministros da Coréia do Sul e da China concordaram em realizar uma negociação para um acordo trilateral, envolvendo os três países, China, Coréia do Sul e o Japão pensando na criação de uma área de livre comércio, onde fosse facilitado as negociações, as importações e exportações entre os mesmos.
Além disso, os três países possuem as economias mais fortes da região asiática. Essas economias juntas conseguem obter o maior PIB do mundo, tornando possível a comparação da renda per capita com os Estados Unidos e com a União Europeia, mas como o dólar é utilizado na maioria das transações ao redor do mundo, esses três nações ainda seriam dependentes dos Estados Unidos.
Outro motivo para a Coréia e a China optarem pela renegociação com o Japão é a crise da zona do euro. As economias da zona do euro não possuem o próprio banco central, e do qual elas podem dispor, o Banco Central dos Estados Unidos, não está disposto a comprar os títulos, diferentemente do Banco Central Japonês. Se as obrigações líquidas de países ricos são um recurso raro e precioso, então os problemas na zona do euro são bons para o país japonês.
Para não ficar na mesma situação que o Japão, com a economia estagnada, a China está adaptando uma política fiscal expansionista em sua economia, ou seja, ela quer aumentar as despesas públicas para assim crescer a produção e reduzir o desemprego. E, além disso, quer deixar os impostos mais baixos, para assim, conseguir aumentar o rendimento disponível ao consumidor/investidor, causando um aumento de consumo e investimento das empresas.
Lou Jiwei, ministro das Finanças chinesas está preocupado em como o país vai combinar seus crescentes níveis de endividamento com uma economia que está perdendo vigor, mas ele acredita que a política fiscal expansionista irá ajudar muito a economia chinesa.
China, Japão, Coréia do Sul e outros países conseguem entrar em um acordo econômico. Mas porque será que, do outro lado do mundo, o Brasil ainda não conseguiu emplacar um acordo de livre comércio? Uma das explicações pode estar nos sucessivos governos do PT que justificam os fracassos comerciais como falta de energia comercial, dizendo que preferem a canalização de todos os esforços na direção de acordos multilaterais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A Rodada Doha, que é uma negociação entre os países associados da OMC e tem como objetivo diminuir as barreiras comerciais, tornando possível, a liberação do comércio mundial, mostra que as explicações do governo não estão funcionando, pois os negócios estão parados desde 2011.
A opção mais clara para o Brasil é negociar acordos que sejam bilaterais ou entre alguns blocos, mas, cada vez mais, é perceptível que o país tem iniciativas isoladas que não geram empenho em nenhuma negociação, mostrando cada vez mais que o território brasileiro tem uma postura atrasada e de quem não está interessado em fazer um acordo de livre comércio bem sucedido.