O frustrado sonho europeu de fazer sucesso pela moeda única

Juliana Aguiar, Gabriela Kirsten e Julia Matos, alunas do curso de Jornalismo da ESPM/SP

Assim que entraram para Zona do euro, países do sudoeste europeu, como a Grécia, se endividaram como se não houvesse amanhã. Para completar o pais das belas ilhas levou o resto da União Europeia (UE) junto. A Grécia entrou para a Zona do Euro em 2001, enquanto o resto dos países já faziam parte desde 1999. A Zona do Euro (Z.E) são os países da UE que utilizam o euro como moeda comum.

Os europeus tinham um sonho em fazer sucesso com a criação dessa moeda única: o euro. Mas todos sabemos que não deu muito certo. Mas no começo, o futuro era promissor e ninguém sabia do desastre que viria a acontecer. Nos anos 2000, bancos, fundos de pensão e grandes investidores de Wall Street começaram a mostrar interesse por essa Nova Europa.

Sem hesitar, países da ZE se envolveram com banqueiros de Wall Street, gestores de fundos de Londres que prometiam lucros com a conversão de dívida em títulos negociáveis, ou seja, países investidores começaram a comprar a ‘’divida’’ de governos promissórios em ascensão com a esperança de lucrar em troca. Mesmo que o lucro não era muito, por conta dos juros baixos, ninguém pensava no futuro, aliás é muito fácil remeter o pagamento para um futuro distante e promissor.

Devido ao excesso de empréstimos, os governos europeus começaram a acumular dívida externa, principalmente dos próprios bancos da região. O Deutsche Bank, um banco de investimento alemão comprou bônus gregos, Le Societé Generale, banco francês compraram bônus espanhóis, sem falar nos fundos de pensões internacionais. Os rendimentos não eram tal altos, e o risco de calote era inimaginável.

Mas, uma vez na Zona do Euro, os países do Sul da Europa não ligavam muito para as finanças do continente. Eles achavam que o dinheiro estava vindo fácil demais de outros países. Daí o setor público grego começou a se endividar e a Grécia foi se tornando uma bomba monetária, que logo depois afetaria toda a zona do euro. Isso porque o país tomava emprestado a credibilidade e a classificação de risco da Alemanha, sendo o pais mais forte da UE.

O novo governo conservador instituído em 2004 na Grécia descobriu que seus antecessores vinham manipulando números a Eurostat, Organização estatística da UE, inclusive os números para ingressar na Zona do Euro. A esperança de um forte crescimento econômico na Z.E se frustraram. O desemprego era desconcertante. O continente passou a ser pauta para o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Os mercados estavam pensando que a Grécia, com uma economia baseada em iogurtes, azeitonas e turismo era tão digna de credito quanto a altamente industrializada Alemanha. Só porque agora os dois países tinham a mesma moeda. Este foi o erro fatal. Até que em 2009, a agencia de classificação de risco Standard and Poor´s classificou a economia grega como -A, mais baixa de todos os tempos. Começava aí uma crise na Grécia e no resto da UE

Hoje, depois de sete anos depois do começo da crise, ao invés de melhorar, o continente só fica mais perto da década perdida.

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