Bianca Kachani, Bianca Ramos, Gregório Jung, Julia Gianesi, Letícia Vilar, Renata Geraldo, alunos do Curso de Jornalismo da ESPM-SP
Sabia que a Alemanha ganhou a Segunda Guerra Mundial? Você duvida? A gente explica.
A instauração do euro sem o derramamento de sangue é a principal prova de que a Alemanha, após quase um século de conflitos, conseguiu tomar as rédeas do continente e se transformar na maior economia europeia – um exemplo disso, é o PIB do país que, atualmente, representa 40% do PIB total da União Europeia.
Mas, com grandes poderes, vem grandes responsabilidades. A Alemanha e alguns países da UE são o porto seguro das economias menores do bloco economico. Pejorativamente chamados de PIIGS, Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha são as economias mais frágeis do bloco e dependem dos líderes. Esses, por sua vez, só alcançaram o status atual de grande economia por causa dos PIIGS – que sustentam os grandes países ao pagarem os juros dos empréstimos.
Um exemplo concreto dessa relação simbiótica é a Alemanha e a Grécia. Os empréstimos com juros altos do banco alemão à Grécia, causa o aumento da dívida externa. Apesar de não pagar os empréstimos propriamente ditos, o banco grego paga os juros à Alemanha, e, assim, os alemães lucram às custas de um país que é incapaz de pagar suas dívidas (a Grécia, caso você tenha se perdido).
Este posicionamento alemão causa revolta em certos grupos políticos dos países menos favorecidos, que propõe a saída do euro. Voltando ao exemplo da Grécia, a saída do euro não seria uma solução. A dependência de empréstimos externos desvalorizaria a nova moeda e pioraria o estado da crise. Além disso, consequentemente, a qualidade de vida grega – que já precária – cairia 80% nas primeiras semanas.
O possível calote da Grécia é preocupante para a Alemanha, já que esta perderia uma importante fonte de lucro: os juros altos dos empréstimos.
Os alemães, mesmo sendo a maior economia da Europa, seriam prejudicados. O marco seria reinstaurado e valorizado, mas a Alemanha passaria por uma crise em suas exportações que são direcionadas em sua maioria para países da União Europeia. Uma moeda valorizada causa o aumento do preço das exportações e isso afasta possíveis compradores.
Além da questão econômica, a estabilidade social dos países do bloco e suas relações diplomáticas entre si também seriam prejudicadas. O nacionalismo ganharia espaço para se desenvolver e um clima de tensão entre as nações europeias cresceria. Tudo isso pode levar o continente Europeu a um cenário de guerra mais uma vez. Para Angela Merkel, chanceler alemã, a Zona do Euro mantém a estabilidade do continente e a união entre os países. “Se o euro fracassar, o projeto europeu inteiro estará em risco”.