Fernando Matijewitsch – aluno do 7o. semestre do curso de Comunicação Social da ESPM/SP
“O Facebook é uma família agora”, disse Mark Zuckerberg nesta quarta-feira (25) no palco da conferência F8. A família a qual ele se referia é aquela formada por Instagram, WhatsApp, Groups e todas as outras plataformas sociais que a companhia adquiriu e desenvolveu nos últimos anos. Entretanto, assim como na maioria das casas, o Facebook também possui um filho prodígio: o Facebook Messenger.
Desde que separou o Messenger do aplicativo principal no ano passado, o Facebook, gradualmente, preparou a fundação para que sua ferramenta de mensagens se tornasse a resposta ocidental para gigantes da Ásia, como Line e WeChat, que combinam comunicação, games, e-commerce e diversas outras categorias em um único, e lucrativo, canal. Como mostra o site The Verge, a empresa de Zuckerberg adicionou recentemente ao Messenger chamadas de voz e vídeo, um jeito para os usuários transferirem dinheiro entre si e contratou o CEO do PayPal para conduzir todo o processo.
A F8 marcou, então, o momento em que ele se tornaria uma plataforma: no maior anúncio do dia, o Facebook apresentou 47 aplicativos que são integrados nativamente com o Messenger, tornando-o, de certa forma, independente do Feed de Notícias da rede social e dono de um ecossistema próprio de apps, que inclui o Camoji, criador de pequenos GIFs a partir da câmera de seu smartphone, o Ditty, onde sua mensagem será cantada no ritmo de uma música popular de sua escolha, e mais dezenas de outros aplicativos que mudam o ato de se comunicar de alguma maneira.
“Estamos construindo o Messenger como uma forma de nos expressar por meio de muito mais ferramentas do que apenas texto”, disse Zuckerberg em seu discurso de abertura. Todos os aplicativos estarão disponíveis na Messenger App Store, que aparecerá dentro do app.
Porém, esta não foi a única novidade. Se depender do Facebook, daremos adeus aos SACs do jeito que os conhecemos hoje. Na segunda parte do anúncio, o Messenger viu a expansão de seu alcance no mundo corporativo.
Com o “Business on Messenger”, será possível conversar diretamente com uma empresa. As companhias que integrarem o Messenger em seus websites permitirão que os consumidores completem transações por meio do aplicativo. Elas podem mandar confirmações de pedidos, atualizações do status de entrega, e até prestar atendimentos ao consumidor, tirando suas dúvidas e oferecendo novos produtos. Sai a ligação e o e-mail, entra a mensagem de texto. Ou seja, o Facebook Messenger se tornou, também, uma plataforma de e-commerce. Com 600 milhões de usuários pelo mundo, isso pode ter uma importância significativa para o mercado.
Segundo o Facebook, a atualização do Messenger que adiciona suporte aos novos apps já está disponível mundialmente. O “Business on Messenger”, por sua vez, vai demorar um pouco mais para chegar – de acordo com o site Gizmodo, ele será lançado “em breve” com o apoio de alguns parceiros pré-definidos pela empresa de Zuckerberg.