Ana Elisa Macedo, Clara Guimarães, Luiza Consul, Nathalia Oliva e Sofia Nunes Alunas do Jornalismo ESPM
“Construir algo pode ser uma lenta e trabalhosa tarefa de anos. Destruir pode ser o ato impensado de um dia”, a frase que foi traduzida pertence a Winston Churchill, primeiro ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. No ano de 2015, já 70 anos após o fim da última grande guerra, David Cameron ilustra a frase de Churchill. Isso porque Cameron ganha as eleições para primeiro ministro com a proposta de realizar um plebiscito sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia. Com apenas uma decisão durante sua campanha, Cameron conseguiu destruir uma história que se construía desde 1973, ano de entrada do Reino Unido na União Europeia.
O Brexit, como foi apelidada a saída do Reino Unido da União Europeia, ganhou com 51,9% dos votos no plebiscito. Quem via a força da União Europeia no início dos anos 2000, não imaginava os desafios que a década de 2010 traria. A polêmica e discutida decisão surpreendeu a todos que acreditavam na estabilidade do bloco que nunca tinha “perdido” um país-membro.
Mesmo que a saída permita ao Reino Unido agir independentemente dos outros países europeus, as desvantagens que acompanham a decisão refletem diretamente na insegurança mundial entre todos aqueles que não conseguem ver o caminho a frente e são impedidos de prever a situação econômica do país e do bloco.
As desvantagens da decisão ainda são incertas, mas é prevista a queda da economia britânica, juntamente com o abalo da sua bolsa de valores. As alianças construídas pelo país demonstram serem os principais pontos de mudança, já que é instigada a perda de parcerias com outros países, com os bancos internacionais e fim dos acordos comerciais que moviam o mercado britânico. Para a União Europeia, os efeitos serão sentidos através da perda da contribuição monetária do Reino Unido e através da insegurança do bloco de que os demais países façam o mesmo.
De acordo com os dados obtidos durante a votação do plebiscito de 2016, 90% das pessoas com mais de 65 anos compareceram às urnas e foram os principais responsáveis pela vitória a favor do Brexit. Já entre os mais jovens, a maioria optou pela permanência no bloco. Por mais que a eleição tenha demonstrado uma mudança de atitude entre os jovens, o ponto crucial da análise deve ser como a falta de engajamento juvenil pode resultar em decisões que possuem um impacto direto em sua geração.
É fácil justificar o fenômeno a um choque geracional, mas o ponto que realmente chama atenção é de que a geração com mais acesso à informação talvez seja aquela que menos se importe em exercer seu direito de voto. Mesmo quando esse voto pode mudar seu futuro e o futuro de seu país.
Agora, com a decisão já tomada, cabe ao Reino Unido arcar com as consequências de suas escolhas. O isolamento não é uma boa escolha no mundo atual. Sem a participação em qualquer bloco econômico se perde mercado consumidor, oportunidade de compra e de produção. Restando assim, ao país procurar novos meios de manter sua economia estabilizada e reorganizar seus acordos comerciais. O processo de reconstrução deve demorar. Assim como disse Churchill, construir algo é uma tarefa de anos.