Você sabia que errar faz bem para os negócios?

Jose Eduardo Amato Balian

À primeira vista parece antagônico, no entanto, quando se empreende e o negócio não dá o retorno desejado, pode-se tirar importantes conclusões do que não deu certo e seguir em frente.
Não existem dados oficiais, mas investidores e empreendedores dizem que a cada dez startups criadas nos EUA, nove morrem. Parece um prognóstico ruim, mas há estudos que mostram que fracassar é bom. O aprendizado oriundo dos equívocos cometidos em cada etapa do desenvolvimento é fundamental para não se repetir os mesmos erros no futuro negócio.
O importante é estabelecer limites para sua atividade, ou seja, até onde você quer chegar, aprender as lições e seguir adiante. Dar um tempo para refletir é a melhor saída, segundo vários especialistas.
Um período crítico para a continuidade dos negócios é ultrapassar a barreira dos dois anos de operação. Ao longo desse tempo, querendo ou não sua estratégia foi colocada em prática, possível correção de rota efetuada, seu produto ou serviço testado e a resposta do cliente é uma realidade.
Em vários casos, não se consegue a rentabilidade esperada, muitas vezes devido ao volume de vendas, preço ou custo não atingirem os patamares planejados inicialmente.
Talvez o “erro’ mais comum é o de não simular a reação dos concorrentes à inserção da nova empresa no mercado. Outro, é o de não perceber que querer concorrer com os “grandes” sem dispor de modelo de negócios ou uma vantagem competitiva realmente inovadora te levará ao insucesso.
Em muitos casos a fase de planejamento é negligenciada. Lembre-se! Deve-se planejar 75% do tempo, deixando os 25% restantes para a execução do projeto e não o contrário, o que é muito comum na realidade brasileira. Com certeza você já leu ou ouviu a frase: “Vamos começar logo e fazer os ajustes ao longo do caminho”. Esse erro é fatal!
Inúmeras pesquisas realizadas pelo SEBRAE SP – Serviços de Apoio às Pequenas e Médias empresas no Estado de São Paulo nos últimos anos, apontam que a causa principal de mortalidade das empresas é a má gestão, atrás de fatores como a crise econômica, taxas de juros elevadas e tributos estratosféricos. Isso mesmo! A gestão deficiente é o maior problema, pois parece que os demais fatores se tornaram rotineiros e fazem parte do dia a dia há muitos anos.

Sete lições podem ser tiradas do fracasso:

  • Defina os resultados que deseja obter e, se depois de adotar diferentes estratégias eles não chegarem, não demore em partir para outra;
  • Acredite em você, nos seus instintos. Na realidade, todo empreendedor sabe quando o negócio não deu certo;
  • Não alterar o modelo do negócio é o começo do fim. As vezes pequenos ajustes mudam o rumo da empresa;
  • A pesquisa de mercado para validar o modelo do negócio proposto é um poderoso instrumento de correção de rumo;
  • Não caia na tentação de falar apenas o que acontece de bom na empresa. Trocar experiências com outros empreendedores é muito saudável;
  • Permita-se tirar um período “sabático” após fechar uma startup. Isso o ajudará a visualizar os acertos e falhas do empreendimento;
  • Não desista! Na próxima tentativa você não cometerá os mesmos erros.

Prof. Jose Eduardo Amato Balian
Coordenador do Centro de Desenvolvimento de Empreendedorismo da ESPM SP.

Comentários estão desabilitados para essa publicação